tag:blogger.com,1999:blog-62946632257864989332024-03-05T21:05:38.754+00:00BREVE VIÁRIOpegadas de Emma LarbosEmma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comBlogger87125tag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-14892673937978658752010-03-13T17:35:00.000+00:002010-03-13T17:37:23.215+00:00Sim ?<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYddRpIwd3d4t_cHzvqdbXSq8FR898TZf3CjTqQvJRLeiR7g-Bj-BzSH0P9x_d6Irgofv7oaWDHSvDDhydGdrpiLxC8z33CU5o2bEO7JwW2u_2wvi6_mlBA9pHmSfp4RP5pMJaGaCj6Qc/s1600-h/17.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 260px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5448173607863451490" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiYddRpIwd3d4t_cHzvqdbXSq8FR898TZf3CjTqQvJRLeiR7g-Bj-BzSH0P9x_d6Irgofv7oaWDHSvDDhydGdrpiLxC8z33CU5o2bEO7JwW2u_2wvi6_mlBA9pHmSfp4RP5pMJaGaCj6Qc/s400/17.jpg" /></a><br /><div align="center"><span style="font-size:180%;">Talvez...</span></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-85558107209191198892010-01-29T15:26:00.006+00:002010-01-29T17:57:30.451+00:00Hamsa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizG0HDs1oAwJoRY-8i0QY_K2nYW5XGaJMNaeGWx55ot25C_GCZouj1E1AnVnqptZK4XvzHxGYICO-JPV0av0-ngWQFG1bUaQUsJIw7SxWjHKwgVRk_GSAekKkidrt04CMoahcYR5G_uhY/s1600-h/batente.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 304px; DISPLAY: block; HEIGHT: 400px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432184364239625058" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizG0HDs1oAwJoRY-8i0QY_K2nYW5XGaJMNaeGWx55ot25C_GCZouj1E1AnVnqptZK4XvzHxGYICO-JPV0av0-ngWQFG1bUaQUsJIw7SxWjHKwgVRk_GSAekKkidrt04CMoahcYR5G_uhY/s400/batente.jpg" /></a><br /><p align="justify">Esta é a mão de Fátima. Fátima Zahra (a luminosa), a filha preferida do profeta Maomé e da sua primeira esposa, Khadija. Não sei o que pensavam as outras filhas e as outras esposas desta preferência e acredito que ao pai e esposo tal coisa não tiraria o sono. Um homem deve ter várias esposas e tantos filhos quantos puder. </p><p align="justify">No entanto, há talvez sentimentos profundos, comuns a todos os homens, que nem as mais severas revelações de Deus conseguem apagar.</p><p align="justify">Fátima foi casada pelo pai com Ali ibn Abi Talib, que se tornou o quarto califa. Houve dois outros rapazes, Abu Bakr e Omar, que foram recusados por Maomé quando a pediram em casamento. Estariam todos três apaixonados por ela ou cobiçariam apenas a honra de serem genros do profeta? E ela? Qual dos três teria escolhido, se tal liberdade lhe tivesse sido dada?</p><p align="justify">De entre as irmãs, só Fátima teve filhos e isso foi, certamente, uma bênção de Alá. Mas o seu casamento com Ali foi profundamente infeliz. Parece que Fátima tinha as suas próprias opiniões e às vezes discutia com o marido. O pai profeta intervinha sempre em favor da filha e esforçava-se por reconciliá-los. Talvez Ali sentisse que precisava de uma mulher mais dócil, por isso pensou em procurar uma segunda esposa, como o seu sogro recomendava. Curiosamente, apesar de ele próprio ter várias, Maomé impediu o genro de usufruir dos prazeres da variedade nocturna, dizendo-lhe:</p><p align="justify">- Fátima é parte de mim e quem a ofende ofende-me a mim.</p><p align="justify">O Ali deixou-se de ideias. Nesta parte da história acho o Maomé mesmo simpático. O que me custa a perceber são as suas contradições. Afinal as mulheres muçulmanas sentem-se ofendidas por terem de partilhar os maridos? Afinal os pais muçulmanos também têm vontade de defender os sentimentos das filhas? E porque é que esse privilégio só foi concedido à filha do profeta?</p><p align="justify">Fátima é vista pelos muçulmanos como Maria pelos cristãos. Mulher, mãe e filha perfeita, ela é o modelo do comportamento feminino. Herdou também muitos dos atributos das antigas divindades femininas semitas (daí o ser luminosa) e por isso a sua mão (hamsa) protege contra o mau-olhado e é usada como talismã, tal como a mão de Miryam (irmã de Moisés) entre os judeus.</p><p align="justify">Quando passeamos pelas nossas terras (sobretudo a sul) encontramos muitas vezes portas com batentes em forma de mão, às vezes delicada como a do post anterior, às vezes mais normalizada:<br /></p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicidxrBzFqfqjd_ScjBObpzDg6aLegXwhGGnqmVtDYVcFFLwkRAHIrxydh_sSE4X5BsnQYnWZPO5YEcmXrnK1rqeHuI-ILs-RbUO_SFZwE3c_2xu1vbNz4GU0SSiAHYlKc02V7EyoPA50/s1600-h/Aldraba2.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 227px; DISPLAY: block; HEIGHT: 227px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432184299654461138" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEicidxrBzFqfqjd_ScjBObpzDg6aLegXwhGGnqmVtDYVcFFLwkRAHIrxydh_sSE4X5BsnQYnWZPO5YEcmXrnK1rqeHuI-ILs-RbUO_SFZwE3c_2xu1vbNz4GU0SSiAHYlKc02V7EyoPA50/s400/Aldraba2.jpg" /></a><br />Encontramos também muitas aldrabas, em forma de mão estilizada, como esta:<br /><br /><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi13u2LkltCVE5hjlrxiJJ_R1NCehk0bUhjIbBj-xa6lKeAzeVImzGMzm6ucPERP-E1kiESUxQsp66Q2ag7tXjOJ5hPHF1iQgBqeSXgU9pYk00PmmflqnrkMJzLiT_CwsrCuZ0Tx4ZEmF8/s1600-h/aldraba-2.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 265px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432184167713233074" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi13u2LkltCVE5hjlrxiJJ_R1NCehk0bUhjIbBj-xa6lKeAzeVImzGMzm6ucPERP-E1kiESUxQsp66Q2ag7tXjOJ5hPHF1iQgBqeSXgU9pYk00PmmflqnrkMJzLiT_CwsrCuZ0Tx4ZEmF8/s400/aldraba-2.jpg" /></a><br />Pensamos provavelmente que a forma de mão alude ao facto de serem objectos onde pomos a nossa mão ou que substituem a nossa própria mão a bater à porta. Nada mais falso. Os batentes em forma de mão e as aldrabas foram trazidos pelos mouros e não são mais do que hamsas com que pretendemos afastar o mau-olhado das nossas casas.</div><div align="justify"></div><div align="justify">No norte de África há portas onde se vêem duas aldrabas, embora seja óbvio que só uma chegava bem para bater à porta:<br /></div><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKJ9Qu9pJG4F28p4y479okbibk1frLy6iBEdOVlGyYFexkNLjEwkc7STjt_Xm0b4W6HpayeqF0RRIVpkdpfhXDQzuqUU-mHZ3zh15WNsvbg0VE7Bb3ZqVhsGAVVGA0AjCqeP6IIoCqmkw/s1600-h/aldraba-dupla"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; DISPLAY: block; HEIGHT: 308px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432183754969997250" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiKJ9Qu9pJG4F28p4y479okbibk1frLy6iBEdOVlGyYFexkNLjEwkc7STjt_Xm0b4W6HpayeqF0RRIVpkdpfhXDQzuqUU-mHZ3zh15WNsvbg0VE7Bb3ZqVhsGAVVGA0AjCqeP6IIoCqmkw/s400/aldraba-dupla" /></a><br /><div align="justify"><br />A espessura de cada uma é diferente e por isso produzem sons diferentes. A da esquerda é para as mulheres e a da direita para os homens. Assim, quando alguém bate à porta, sabe-se logo se é um homem ou uma mulher e evitam-se os graves inconvenientes que podem resultar de uma mulher da casa ir abrir a porta a um homem de fora.</div><div align="justify"></div><div align="justify">Espero que haja por lá muitos jovens apaixonados que tenham suficiente imaginação para usarem a aldraba da esquerda quando querem ver as suas amadas. Aposto que Fátima, onde quer que esteja, os compreenderá e lhes enviará a sua benção.<br /><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRVMzWHljG5Ps-irQGBGPdN8NsI3LK-1y6JQnUSSW7cgI5Tv8mbKbWbLQ2ueC-qfyU3AIa88WbLBboJgMj906a5TtWh_crkkkwVwwH7K8BdKCLQqXJwxaQHUvgQbzkenc-gWR9qoiCYHY/s1600-h/aldraba-3.jpg"><img style="TEXT-ALIGN: center; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 80px; DISPLAY: block; HEIGHT: 80px; CURSOR: hand" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5432183649605983186" border="0" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRVMzWHljG5Ps-irQGBGPdN8NsI3LK-1y6JQnUSSW7cgI5Tv8mbKbWbLQ2ueC-qfyU3AIa88WbLBboJgMj906a5TtWh_crkkkwVwwH7K8BdKCLQqXJwxaQHUvgQbzkenc-gWR9qoiCYHY/s400/aldraba-3.jpg" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-10566032740028544282010-01-24T00:24:00.000+00:002010-01-24T00:30:01.936+00:00Sem palavras<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBdG9qXfYyyMu9MS-Eyb9rS2vXF8keAba9BUf_54Jxky1nB6s0NXkYwmNfCIFREVvTNnLsyiRU2dlPSdyOxCjfCZkdVmH1usHCpupc0wLJcdAElWdxhxJmdCYuHTZapJgs9lrnPAIcOpk/s1600-h/batente-3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5430096682994326882" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 266px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBdG9qXfYyyMu9MS-Eyb9rS2vXF8keAba9BUf_54Jxky1nB6s0NXkYwmNfCIFREVvTNnLsyiRU2dlPSdyOxCjfCZkdVmH1usHCpupc0wLJcdAElWdxhxJmdCYuHTZapJgs9lrnPAIcOpk/s400/batente-3.jpg" border="0" /></a><br /><div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-76977117856238620272009-12-19T21:26:00.010+00:002009-12-20T17:17:32.229+00:00Crónica de boas intenções<div align="justify">Nesta quadra de paz e amor, juro que queria mesmo escrever sobre coisas bonitas que não suscitassem polémica. Imaginar os meus amigos visitantes a lerem-me de lágrima ao canto do olho e a incluirem-me nos seus votos benévolos de felicidade para os próximos 365 dias. </div><br /><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCS37MwneEzDr57TePirDUZWOVU4fnlWy4OxddpdqPmvh8ErtcwWMpuaOWOTher_pC2h3bwRegM_amzHSrLIGaIdR9hZjkVreb4MfX3yZIW_DbKz7z5N4OAJArR3k_0Ve4S6vWsaApzL8/s1600-h/750px-Arkansas_365.svg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417064237200286306" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjCS37MwneEzDr57TePirDUZWOVU4fnlWy4OxddpdqPmvh8ErtcwWMpuaOWOTher_pC2h3bwRegM_amzHSrLIGaIdR9hZjkVreb4MfX3yZIW_DbKz7z5N4OAJArR3k_0Ve4S6vWsaApzL8/s400/750px-Arkansas_365.svg" border="0" /></a>Para facilitar a inspiração, instalei-me na esplanada da minha rua, cheia de sol e de folhas de plátano cor de mel, onde as pombas vêm colher as migalhas sobre as mesa. Cenário propício. Mas não consegui ficar mais do que o tempo de beber um café. O termómetro do outro lado da rua marcava 6º e comecei a tremer de frio. Lembrei-me de que tenho de ir às compras. Não tenho camisolas suficientemente quentes para estas temperaturas inusitadas. Estava habituada a invernos mais amáveis. Parece que a culpa é da poluição humana, que está a desequilibrar o termómetro. Mas também leio nalguma imprensa que não é verdade e que há cientistas que têm dados que contrariam as "teorias catastrofistas”. Gostava de saber quem são esses cientistas e quais são esses dados mas isso não dizem.<br /><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSYPEOfWKqFjVGxp6OycT8tumTswYFThTtXIeK0V6Q4IrDYkxORPpUEKHd5MqMb1llKU4HC-WaRBjyBmnqXxJM1OayHydgNTl2BNuuZbh9forrqtF8GuyDNP1F7j7GDpAKPOgtLaF1dbQ/s1600-h/gelo.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417063122139722130" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 260px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSYPEOfWKqFjVGxp6OycT8tumTswYFThTtXIeK0V6Q4IrDYkxORPpUEKHd5MqMb1llKU4HC-WaRBjyBmnqXxJM1OayHydgNTl2BNuuZbh9forrqtF8GuyDNP1F7j7GDpAKPOgtLaF1dbQ/s400/gelo.bmp" border="0" /></a> </div><br /><div>Felizmente os políticos estão lá em Copenhaga – pensei, animada – enquanto subia as escadas a correr (para aquecer) e um deles até ganhou o Nobel da Paz, por isso as coisas vão-se resolver.<br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnK9SlxOAmfmVEdpgNM0jMo9yXtzH3TyaigywVKbUTERVEPmjC5t3F2dHzW5LjcXL2BvyVtuJ7NnRtdmVW4e4CAYUDc_tcNw1rXaNdvpt_1wXHxPvoRL2LGjAHtWXtiU9ikAv8pa_HXEU/s1600-h/Obama+Nobel+da+Paz.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417062811052413282" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 387px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnK9SlxOAmfmVEdpgNM0jMo9yXtzH3TyaigywVKbUTERVEPmjC5t3F2dHzW5LjcXL2BvyVtuJ7NnRtdmVW4e4CAYUDc_tcNw1rXaNdvpt_1wXHxPvoRL2LGjAHtWXtiU9ikAv8pa_HXEU/s400/Obama+Nobel+da+Paz.jpg" border="0" /></a><br /><br /><div align="justify">Liguei a televisão e estava a dar uma reportagem na Noruega, onde um agricultor dizia que por ele tudo bem, o aquecimento global dava-lhe jeito, estava farto de tanto frio e já podia cultivar alfaces e laranjas, coisa que o gelo norueguês não lhe tem permitido. Acha até que o aquecimento vai trazer mais turistas à Noruega. </div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi1TXrf4xcKhtIS_PIqCqejBPZm6giADFo3gSrquIWNEmIEVspLhVBMiZVTn_77yAaSYj__6t9sEMRx8E5Vnz0jBXecmstFgPCSMnWsJcHnKJOgzncN5j-npaf8GKtNTx5dpv0DY3eqQI/s1600-h/noruega01.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417062651724319234" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 228px; CURSOR: hand; HEIGHT: 325px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhi1TXrf4xcKhtIS_PIqCqejBPZm6giADFo3gSrquIWNEmIEVspLhVBMiZVTn_77yAaSYj__6t9sEMRx8E5Vnz0jBXecmstFgPCSMnWsJcHnKJOgzncN5j-npaf8GKtNTx5dpv0DY3eqQI/s400/noruega01.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Por essa altura já tinha ligado o aquecimento e as mãos começavam a desentorpecer. Mudei de canal para ver qual ia ser a temperatura máxima. A pivot das Notícias estava com cara de caso e contou que afinal não havia avanço nenhum nas negociações de Copenhaga e que ficava tudo adiado por mais um ano porque a China e os Estados Unidos estavam de acordo em não assinar nenhum acordo. Para chegarem a essa conclusão – pensei eu com os meus botões – escusavam de ter gasto tanto dinheiro e emissões poluentes a irem lá. Não podiam ter mandado um email? </div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXtuJnC5dvulDrr528kn2HMzn7z58Bv9a37hd-N0FQuWtsmf_TJ-y0diEcf0iVn_Bi0WoEGG3xdp_ruX2ICFKlwCYzMYV3yMnb-W-VIL6korLg0RJbH-dkp8xqxzc2qmkqmh68fhKTzKE/s1600-h/china-e-estados-unidos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417062430985882434" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 285px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXtuJnC5dvulDrr528kn2HMzn7z58Bv9a37hd-N0FQuWtsmf_TJ-y0diEcf0iVn_Bi0WoEGG3xdp_ruX2ICFKlwCYzMYV3yMnb-W-VIL6korLg0RJbH-dkp8xqxzc2qmkqmh68fhKTzKE/s400/china-e-estados-unidos.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div align="justify">Mudei outra vez de canal mas as notícias não eram melhores. Fiquei a saber que, no próximo ano, vão subir-nos o preço da electricidade. Paciência, suspirei, é a crise... teremos de gastar menos... Mas logo a seguir fui surpreendida pela explicação: parece que, como este ano consumimos menos electricidade, a EDP perdeu receitas e assim vê-se na necessidade de subir os preços. Então não é o que nos pedem, que gastemos menos? Quer dizer, portanto, que, quanto mais pouparmos e menos recursos gastarmos ao planeta mais caro nos fica?!?<br /><br />Desculpem lá... a tal escrita, sobre coisas bonitas e comoventes, vai ter de ser adiada... talvez no próximo ano, quem sabe?...</div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLWak2UQV0xOdeFijuAojZqJBm0qkIeyXHrGE3GepNqQKtzzcSXw85M0aPc3F7VChgESLFYyBKouGF80odlEG6bzjBpf1LLAQXEadNWy1JGY7GMbhGWXL9B4H6jCVPv_YwTGzNIoiLOZc/s1600-h/quino.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5417061864570990226" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 118px; CURSOR: hand; HEIGHT: 118px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLWak2UQV0xOdeFijuAojZqJBm0qkIeyXHrGE3GepNqQKtzzcSXw85M0aPc3F7VChgESLFYyBKouGF80odlEG6bzjBpf1LLAQXEadNWy1JGY7GMbhGWXL9B4H6jCVPv_YwTGzNIoiLOZc/s400/quino.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><br /><div></div></div></div></div></div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-73257940902646090742009-12-13T13:34:00.009+00:002009-12-13T19:37:51.980+00:00Manifesto Europeu<div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center">Vem este manifesto a propósito de uma conversa de amigos onde se discutiam diferenças civilizacionais e se declaravam as maravilhas alheias que nós, europeus, admiramos.</div><div align="center"></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Du8DhwjEv7NAyCgZfdsb4YCSFl295yH7xVf5wrEwLTMCwQBZ9viXdX2haTIHlmPLuKCw9mBPuOWmpdKEew32z9yQ-abV_eLfAHeO1XLEBGcl97B821SE2wIELJAEk3hXqT7-sgELgK0/s1600-h/darwin-alterado.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414714620521676610" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 334px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg2Du8DhwjEv7NAyCgZfdsb4YCSFl295yH7xVf5wrEwLTMCwQBZ9viXdX2haTIHlmPLuKCw9mBPuOWmpdKEew32z9yQ-abV_eLfAHeO1XLEBGcl97B821SE2wIELJAEk3hXqT7-sgELgK0/s400/darwin-alterado.jpg" border="0" /></a> <div align="justify">Muito a propósito, acaba de ser divulgado um estudo de cientistas da Universidade de Berkeley (<a href="http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1443174">http://dn.sapo.pt/inicio/ciencia/interior.aspx?content_id=1443174</a>) sobre o factor determinante na evolução da espécie humana: a generosidade. Não a lei do mais forte, como deduziram os seguidores de Darwin, não a competição nem a eliminação dos mais fracos mas, pelo contrário, a capacidade de proteger os mais frágeis. A guerra não é, portanto, uma contingência natural do homem, à qual temos de nos conformar mesmo que não gostemos dela. Foi, portanto, a cooperação (das mulheres na recolha de alimentos e na criação das proles e dos homens na caça dos mamutes) que garantiu a sobrevivência dos grupos e a transmissão dos genes daqueles que, tendo menos músculos, sabiam como voltar a acender o fogo quando ele se apagava ou sabiam contar histórias ao serão para afastar o medo dos animais selvagens. </div><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieqdU_pKfv-U8udVaEHA2dlcwfJ4Dbg5CgY6JmxWx6cq_iEs5b1SdItGcwhGlJbzOaituWhH4v5uFXejh4YMw-9BBmyDAS02wPkSoDf7BobcOAaSYOW-OqeIGvK_UA979ke6VP6DIQcHk/s1600-h/fogueira.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414714461032794946" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 266px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEieqdU_pKfv-U8udVaEHA2dlcwfJ4Dbg5CgY6JmxWx6cq_iEs5b1SdItGcwhGlJbzOaituWhH4v5uFXejh4YMw-9BBmyDAS02wPkSoDf7BobcOAaSYOW-OqeIGvK_UA979ke6VP6DIQcHk/s400/fogueira.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">A ideia de que há civilizações mais evoluídas do que outras e que, por serem mais evoluídas, têm alguma coisa a ensinar às outras, é uma ideia que a velha Europa ocidental ainda alimenta em segredo, cheia de vergonha de o proclamar em voz alta. Compreende-se. Por causa dessa ideia, justificada por razões que assentavam na lei do mais forte, praticou a Europa muitos males: conquistou, explorou, sujeitou à força, destruíu.</div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAvJmAcFVnxypZBgf_iBV_zLdqcwnGo59V0pAYiuwgmdSW5u5rvrwMvUvCLHABh3EnZMxtK51AbFge1ZfIFRXw55zWZkYbdGz3iY_abFqFDgfQrUOMjUlUV678FKpBYRebNbBi5xDJIw/s1600-h/mapa.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414714324068102978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 266px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQAvJmAcFVnxypZBgf_iBV_zLdqcwnGo59V0pAYiuwgmdSW5u5rvrwMvUvCLHABh3EnZMxtK51AbFge1ZfIFRXw55zWZkYbdGz3iY_abFqFDgfQrUOMjUlUV678FKpBYRebNbBi5xDJIw/s400/mapa.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Mas voltemos os projectores para o novo factor determinante da evolução. Qual é a civilização que hoje mais protege os não musculados? Onde nasceu a declaração dos direitos do Homem e os da criança? Onde se reconhece às mulheres igualdade de direitos? Quem está mais à frente na protecção dos deficientes, dos animais, no reconhecimento dos direitos dos homossexuais? Onde se elege como valores fundamentais a igualdade de oportunidades, o direito a pensar e falar livremente, a igualdade do cidadão perante a lei? A resposta é clara: na Europa ocidental e nos seus filhos mais legítimos (Estados Unidos, Canadá, Austrália, Israel).</div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2EOIfSKPMpe0Forip2y_JrtHm6FPRPO4Pr1V6EzGtzKPbKqhBx4vC0zIWyb-0itpuWTadZNl7nXD9S1OrMZozaOSprQpzvA6GDyAZP6zrSRNZ19aNa9D7uRMy8PbXNygSv8P_biivstA/s1600-h/fragilidade.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414714160102622386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2EOIfSKPMpe0Forip2y_JrtHm6FPRPO4Pr1V6EzGtzKPbKqhBx4vC0zIWyb-0itpuWTadZNl7nXD9S1OrMZozaOSprQpzvA6GDyAZP6zrSRNZ19aNa9D7uRMy8PbXNygSv8P_biivstA/s400/fragilidade.jpg" border="0" /></a> <div align="justify">Outras civilizações fascinam hoje a velha Europa, pela sofisticação da sua arte, pelo exotismo das suas culturas, pela emergência do seu poder económico... E os europeus estão naturalmente cansados da sua velha casa, que lhes parece monótona e fora de moda. E sempre gostaram de viajar (doutro modo não teriam tantos filhos) e de ver paisagens diferentes. Por isso encantam-se com as modas da manga japonesa, do budismo indiano ou da dança do ventre árabe. Muito bem. Tudo isso são distracções divertidas. Mas nada me levaria a render-me de admiração por terras onde faltam os valores fundamentais que fizeram da civilização ocidental a mais evoluída e admirável do mundo.<br /><br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdRH8xtvUWNPM3aS2atDNP7rbS0keEfNvtg98IrkyVVLCEEPP4hYDu1a_9rw8oSJAwZ-jotMsyFvbhgoO8Urtqdj_kmnc3zGf3e1G4ARmOvfZ2xZQS0iTtx4ujxJzHYTZD8QNO_izz8PU/s1600-h/viajante.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414714000088700578" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 292px; CURSOR: hand; HEIGHT: 350px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgdRH8xtvUWNPM3aS2atDNP7rbS0keEfNvtg98IrkyVVLCEEPP4hYDu1a_9rw8oSJAwZ-jotMsyFvbhgoO8Urtqdj_kmnc3zGf3e1G4ARmOvfZ2xZQS0iTtx4ujxJzHYTZD8QNO_izz8PU/s400/viajante.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify">Estamos longe da perfeição? Estamos. Mas também estamos na linha da frente para lá chegarmos. Temos um passado cheio de atrocidades? Temos. Mas enquanto elas são o passado de que nos envergonhamos, para as outras civilizações são o presente de que se orgulham. Nem sempre pomos em prática os ideais que proclamamos? Nem sempre. Mas não desistimos deles como ideais e lá vamos tentando. Temos muito de que nos orgulhar e as outras civilizações muito que aprender connosco. </div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR6U9REC4FgF7fdreMk_LUPu-MqLHyqhtLd4o0K9IccefFHpWUoArpp5BDgzTg9pAvTbxPDxlq0t83ueU7RdKHiE5U-tF28lUhDvgqbY0IrZtvB67yAjO5d8Fe6pkxfxNAtcaJ5idMP3s/s1600-h/última.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5414713807807131810" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 349px; CURSOR: hand; HEIGHT: 296px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhR6U9REC4FgF7fdreMk_LUPu-MqLHyqhtLd4o0K9IccefFHpWUoArpp5BDgzTg9pAvTbxPDxlq0t83ueU7RdKHiE5U-tF28lUhDvgqbY0IrZtvB67yAjO5d8Fe6pkxfxNAtcaJ5idMP3s/s400/%C3%BAltima.jpg" border="0" /></a> </div></div></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-84430067656709762352009-11-25T14:03:00.005+00:002009-11-25T14:20:58.014+00:00Condição amorosa<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGPOIY3yDZ8g07dwxle2mjjuh2IRxYK6Opk_MQNTTiPyGjv2oLAhM-ah9DFu_oq1oiZ1jB_F7hUVyNlItsTzNQMEDFNaHJC35nT-RX7c8wGoCmOeyf8Sns_HYaahtFZiR3hcL6YdzPMs0/s1600/labirinto-2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408042299018054882" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 279px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGPOIY3yDZ8g07dwxle2mjjuh2IRxYK6Opk_MQNTTiPyGjv2oLAhM-ah9DFu_oq1oiZ1jB_F7hUVyNlItsTzNQMEDFNaHJC35nT-RX7c8wGoCmOeyf8Sns_HYaahtFZiR3hcL6YdzPMs0/s400/labirinto-2.jpg" border="0" /></a><br /><div align="center"> O amor, para ser amor, é incondicional. Dizem-me. Não acredito. </div><br /><div align="justify">Mas se o digo, dizem-me que o digo porque nunca amei a sério. Lá está: para ser amor... tem de ser, senão não é amor. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Pois, mas quem o diz fala do amor dos outros e não se pode falar do amor dos outros, porque o amor não é uma célula no microscópio, que se possa observar à distância, vendo os outros padecê-lo, e nós, objectivos, a injectar-lhe reagentes cá de longe. O amor, para se falar dele, tem de ser daquele que se sente por dentro. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg57HLN1DEkN4JsK9SWElfIap07mr-bm8ENoOhWiCjL5NfdZi6DI5mTPhOMwq8qQDD5AImwn7bBEiDUS9nbFzacYt5Aji6RzYJSpQYBAXh3-wrl-7ArBtL4RCbCdTNsZ8hGysVojS9TAAw/s1600/labirinto-4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408042211976850754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 283px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg57HLN1DEkN4JsK9SWElfIap07mr-bm8ENoOhWiCjL5NfdZi6DI5mTPhOMwq8qQDD5AImwn7bBEiDUS9nbFzacYt5Aji6RzYJSpQYBAXh3-wrl-7ArBtL4RCbCdTNsZ8hGysVojS9TAAw/s400/labirinto-4.jpg" border="0" /></a> </div><div align="justify">O amor – dizem-me também – não é paixão, nem sexo, nem nenhuma dessas afecções dos sentidos com reacções químicas e feromonas e alterações do ritmo cardíaco. </div><div align="justify"></div><div align="justify">O amor – insistem em dizer – é outra coisa, que vem depois, quando as coisas correm bem, e que pode nascer de onde antes não o havia e que se rega, como uma flor. Disso a ciência não consegue dizer coisa que se aproveite, embora tentem uns senhores que se apresentam como psicólogos – dos quais desconfio muito. Mas esses, para manterem o crédito e poderem continuar a dar-se com a gente “séria” da ciência, preferem não falar de amor. Falam de afectos, que têm um ar mais rigoroso e distante, apesar de o seu ascendente, o <em>affectus</em> latino, significar estado de alma, disposição de espírito, sentimento, paixão ou vontade, tudo coisas vagas e objectivamente inapreensíveis. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Voltamos, portanto, ao amor. E de amor mesmo, com a palavra e tudo, só falam os poetas e os romancistas. E os heróis do cimena e do palco. Tudo ficção, tudo mentira. Não sei como fazem os actores para tão facilmente dizerem “Amo-te”, porque é uma palavra que ninguém diz facilmente, olhos nos olhos com alguém e sem se rir. Dizemos “Gosto de ti”. Alguns miúdos dizem “Curto-te bué”. Tudo eufemismos para fugir à palavra, pesada, que temos de dizer arredondando os lábios como se chupássemos um refresco por uma palhinha. Deve ser por isso que não a dizemos, para não parecermos ridículos. Não parece coisa de gente crescida.<br /><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc4f0GghTWDFw1eu7J0VxeGCX0WDMPtrPCB3TBZQewNUGhylFccYg7iOjeAhv2afbnjcuH-outW0XoW3ZPwwfAU1wGgcj8ptK3UY7i6MaeEsGEJmaucpU7xtmdIphc5RqeVHhp_9hxUF0/s1600/labirinto-3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408042099356862738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 299px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgc4f0GghTWDFw1eu7J0VxeGCX0WDMPtrPCB3TBZQewNUGhylFccYg7iOjeAhv2afbnjcuH-outW0XoW3ZPwwfAU1wGgcj8ptK3UY7i6MaeEsGEJmaucpU7xtmdIphc5RqeVHhp_9hxUF0/s400/labirinto-3.jpg" border="0" /></a><br /></div><div align="justify">Mas quando se trata de falar do amor generalizando, é fácil. Temos muitas frases prontas: “o amor não escolhe idades”, “o amor é cego”, “não há amor como o primeiro”, “quem ama perdoa”, “quem o feio ama bonito lhe parece”. Ah! E “o amor é incondicional”! </div><div align="justify"></div><div align="justify">Também temos uma moral do amor. Dizem-me que “o amor é para toda a vida”. Mas também me dizem que devemos desamar quem não nos retribui o amor. Por aqui já se vê que o amor também está sujeito a ambiguidades éticas e que, se calhar, quem tinha razão era o Luís, que dizia que o amor é paradoxal (lembram-se?... o contentamento descontente, ferida que dói e não se sente e por aí fora...). </div><div align="justify"></div><div align="justify">Toda uma ciência sobre o amor, afinal. Guardada no bolso, embalada a vácuo, pronta a usar como um lenço de papel perfumado com alfazema, em qualquer ocasião. Basta que o amor apareça. Sem condições. Amamos um mentiroso. Para toda a vida ou apenas se ele nos retibuir o amor? </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIgwXmM4tWkDh14-p-LvaKtoZwuzAnSB3J-n3gqMMrPAX7DF3zOB0joVAafdNNj00uymlRrTMTYSM61r1trhTd8n1DHuwVTtVMhcehnhCsmsic4rQwB3IDWS5_Y3EWvU7ARJ76LpGVMls/s1600/labirinto.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5408041972458219010" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 306px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjIgwXmM4tWkDh14-p-LvaKtoZwuzAnSB3J-n3gqMMrPAX7DF3zOB0joVAafdNNj00uymlRrTMTYSM61r1trhTd8n1DHuwVTtVMhcehnhCsmsic4rQwB3IDWS5_Y3EWvU7ARJ76LpGVMls/s400/labirinto.jpg" border="0" /></a> </div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-49720733966356629162009-11-14T16:31:00.005+00:002009-11-14T16:55:15.350+00:00Teias da memória<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt3dcOjBoTzFq2avx9ebPOu4_JW_jgu28IEB9dT0ngJ3NG9jRGnyP1oQenz1rBaZZM6qWsSTb7m93-rNa3vhqaxuFglJr-uWlXpcovVN8pM7Y77pkFq1szhG9ZEf8MIvnSm372hdIrxnQ/s1600-h/img015.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5404002008898092706" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 317px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjt3dcOjBoTzFq2avx9ebPOu4_JW_jgu28IEB9dT0ngJ3NG9jRGnyP1oQenz1rBaZZM6qWsSTb7m93-rNa3vhqaxuFglJr-uWlXpcovVN8pM7Y77pkFq1szhG9ZEf8MIvnSm372hdIrxnQ/s400/img015.jpg" border="0" /></a> </div><div align="justify">Depois de um longa tarde de espanador e esfregona epicamente em punho, sentei-me no meu sofá, confortavelmente, e puxei para mim o último romance barato publicado pela Sábado: Susan Sontag, <em>O Amante do Vulcão</em>. </div><div align="justify"></div><div align="justify">Belo fim de tarde, sem ponta de pó à minha volta. Ah! que merecido descanso! Relanceei os olhos pelos cantos do rodapé e pelas sancas do tecto, satisfeita. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><br />Mas... o que seria aquilo, ali no esconso vértice da parede mesmo à minha frente, junto à janela? Uma teia de aranha?! Como é possível, depois de tanta batalha?<br /><br />E eis que me embala a voz da minha avó, por entre as chamas da lareira.</div><div align="justify"></div><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2UxmMcHrZ5Aw5ryT2gBl3SKVqV49w-LaxofSkJaxzxB-kRoVg50HhlW_MKEvnGbaSkhInF0bWE_5zxk7cYN0kLOSCPIzhuyunlazzv2Ulhtl9DbEC_CIZxDmz9Vt1bQ5zLyAwl2nZY14/s1600-h/paula_rego.-786519"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5403998997087307474" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 286px; CURSOR: hand; HEIGHT: 330px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2UxmMcHrZ5Aw5ryT2gBl3SKVqV49w-LaxofSkJaxzxB-kRoVg50HhlW_MKEvnGbaSkhInF0bWE_5zxk7cYN0kLOSCPIzhuyunlazzv2Ulhtl9DbEC_CIZxDmz9Vt1bQ5zLyAwl2nZY14/s400/paula_rego.-786519" border="0" /></a> </div><div align="justify">Era uma vez uma mulher que tinha duas filhas, e criou-as no asseio e na poupança para que não lhes faltassem bons partidos nem boas casas.<br /></div><div align="justify">Quando elas casaram, a mãe disse-lhes:<br />– Daqui a um ano vou visitar-vos e quero ver todas as varreduras do chão e todas as lavaduras da loiça de um ano inteiro!<br /></div><div align="justify">As moças lá foram, cada uma para o seu destino. Ao fim de um ano, a mãe foi visitar a primeira filha. Encontrou-a com o seu marido e uma criança ao peito.<br /></div><div align="justify">– Onde estão as varreduras do chão e as lavaduras da loiça? – perguntou.<br />– Venha, minha mãe!<br /></div><div align="justify">E mostrou-lhe um belo par de galinhas, que tinha alimentado com as migalhas que tinham caído no chão, e um porco engordado com os restos deixados na loiça.<br /></div><div align="justify">– Muito bem, minha filha! – disse a mãe – vejo que és uma rapariga esperta e trabalhadora!<br /></div><div align="justify">A seguir foi visitar a outra filha. Bateu à porta chamando por ela.<br />– Minha mãe? – gritou a filha lá de dentro – venha de pedrinha em pedrinha, não se atasque!<br /></div><div align="justify">A casa estava submersa em lixo e a filha sentada num canto a chorar sozinha porque o marido a tinha abandonado. Quando a mãe entrou, disse-lhe ela:<br />– Vê, minha mãe, como fiz tudo como me disse?...<br /><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpD8idr4p3C4RnTTXIFbXkEYwk5IMl4ilU6M_YxbaGcMUrCEqDViG9HYDM7npkY2rqgG_vNJza6otb-SiJAObjpOu4EEm_zvAr84XRkdrXSOyqlN85zGhFa-JY344ngIDf9DR18Cf5K6k/s1600-h/abandonada.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5403998804920276914" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 281px; CURSOR: hand; HEIGHT: 316px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpD8idr4p3C4RnTTXIFbXkEYwk5IMl4ilU6M_YxbaGcMUrCEqDViG9HYDM7npkY2rqgG_vNJza6otb-SiJAObjpOu4EEm_zvAr84XRkdrXSOyqlN85zGhFa-JY344ngIDf9DR18Cf5K6k/s400/abandonada.bmp" border="0" /></a><br />Os contos populares são umas coisas perversas e cruéis. Porque contavam estas coisas às crianças? Abanei a cabeça suspirando, instalei-me melhor no sofá e abri o livro.<br /><br /> Espera lá ... para que poderá servir uma teia de aranha? </div><div align="justify"><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAr20R0J-MRNNMfEcLJ_BpBHzloVfo8rKLQNxuEWtANnFZHOFzLIzkTV-WvhPe48c9nO4eIAVRCRomnUR7vbkbIppYsUkO95sXMrnjI5W7YScK8zvv5Z4ZCP1pHXfWnDoVpCq0tVc1nFc/s1600-h/teia.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5403998312934574258" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 284px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAr20R0J-MRNNMfEcLJ_BpBHzloVfo8rKLQNxuEWtANnFZHOFzLIzkTV-WvhPe48c9nO4eIAVRCRomnUR7vbkbIppYsUkO95sXMrnjI5W7YScK8zvv5Z4ZCP1pHXfWnDoVpCq0tVc1nFc/s400/teia.bmp" border="0" /></a><br /><br /><br /><br /><div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-57875234395279503272009-10-29T09:52:00.008+00:002009-10-29T11:38:27.788+00:00São flores...<div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;">- Onde vais, Maria, com esse ar tão contente?</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;">- Ora, vou ali adiante, porquê?</span></div><p><br /><br /></p><p><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDgwLnBM_YyTGd2vHBpfkV3ng529h8BpsmFm1y7u2RGND8odJi7Ec7WetODollU0htUDq2kKlknbb-LX84SfoJofFfMQC9RgGhBFQ50ECeZxygqusYorN9oowEe5ikrm9lZDN-a6Wmkmg/s1600-h/DSCF3835.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397959395329807890" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjDgwLnBM_YyTGd2vHBpfkV3ng529h8BpsmFm1y7u2RGND8odJi7Ec7WetODollU0htUDq2kKlknbb-LX84SfoJofFfMQC9RgGhBFQ50ECeZxygqusYorN9oowEe5ikrm9lZDN-a6Wmkmg/s400/DSCF3835.JPG" border="0" /></a> </p><p><br /></p><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;">- E o que levas no regaço, que parece tão cheio e pesado?</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"></div><div align="center"></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;">- Levo umas flores mortas, porquê?</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><p><br /><br /></p><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqTyhyphenhyphenb1jWKV4hSHnp-C2rGeMs1s1Abh8LHPgT1ePLnYE40zjt3JLLeHIB-BkKEnUA6WxeNbrBEOeDmGhdHyXCTu3XrdMDDZwIw9s-HJrnFcqWRJIZgzUTsg3sex2LE7SnZCinc1FGO5A/s1600-h/DSCF5101.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397958856099222754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqTyhyphenhyphenb1jWKV4hSHnp-C2rGeMs1s1Abh8LHPgT1ePLnYE40zjt3JLLeHIB-BkKEnUA6WxeNbrBEOeDmGhdHyXCTu3XrdMDDZwIw9s-HJrnFcqWRJIZgzUTsg3sex2LE7SnZCinc1FGO5A/s400/DSCF5101.JPG" border="0" /></a></div><div align="center"></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;">- Flores mortas? Assim tão pesadas?</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ccccff;">- Se não fossem tão pesadas não tinham caído da árvore!</span></div><p><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></span></p><p><span style="font-size:180%;color:#ccccff;"></p><div align="center"><br /></span><br /></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD-iPK9u0b0SAvV930_l-NoquZHdt9HfhCsD7K3XcfgaZRkRRynw-7nFJCiPNhTtpLu44RYrMFK65AucsRvY1qnPMddR7n6B42i9R4Ki8T-VQmh7Mg0YEk9_UUVfxa7Bibt_Z3OXa9zTY/s1600-h/DSCF3834.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397958528412674050" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjD-iPK9u0b0SAvV930_l-NoquZHdt9HfhCsD7K3XcfgaZRkRRynw-7nFJCiPNhTtpLu44RYrMFK65AucsRvY1qnPMddR7n6B42i9R4Ki8T-VQmh7Mg0YEk9_UUVfxa7Bibt_Z3OXa9zTY/s400/DSCF3834.JPG" border="0" /></a><br /><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;">- Hum... Parece-me que me enganas, Maria. Não será ferro o que aí levas?</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;">- São flores que muito me custaram a criar. Vou fazer com elas um tapete para descansar os meus pés. </span></div><p><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></p><p><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></p><div align="center"><br /></span><br /></div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2tE1064H9_mKMfFmGZpOhEfm6KvzBTDSPkua0oGXQsYkR7dweaAcOr1-8HXkTG1TsTiUiI_Z1EyFereuOaJOYWyoxZvArjoT_52dAGoxszRQOYeGAgqtpgTuGgJ3v4mRriOLvPtkM8P4/s1600-h/DSCF5102.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5397957979577559394" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2tE1064H9_mKMfFmGZpOhEfm6KvzBTDSPkua0oGXQsYkR7dweaAcOr1-8HXkTG1TsTiUiI_Z1EyFereuOaJOYWyoxZvArjoT_52dAGoxszRQOYeGAgqtpgTuGgJ3v4mRriOLvPtkM8P4/s400/DSCF5102.JPG" border="0" /></a>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-80483746160286268332009-09-12T23:03:00.009+01:002009-10-04T21:42:22.701+01:00A VIAGEM. 4. Olhos.<div align="justify"></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq92xuZTn_cI07LxaX_Upjfslw8yZp1PqIUqyIrM7e8XUuOpYfAk7-JSP1BRPGopGzXsR3JtGDYlaxhvmCuVyJ248uFujIi7Hk3L2mRGRnzRZACM92t9WrRU-cnN7rDFgVhr3sBA0m2uI/s1600-h/4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380705614384691154" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 311px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq92xuZTn_cI07LxaX_Upjfslw8yZp1PqIUqyIrM7e8XUuOpYfAk7-JSP1BRPGopGzXsR3JtGDYlaxhvmCuVyJ248uFujIi7Hk3L2mRGRnzRZACM92t9WrRU-cnN7rDFgVhr3sBA0m2uI/s400/4.jpg" border="0" /></a>Túndalo não saberia dizer quanto tempo levou na subida. Esqueceu-se de quase tudo enquanto caminhava. Nem da presença do anjo se dava conta, a menos que ele o tivesse abandonado finalmente, o que não o inquietava nada. Quanto mais subia maior era a claridade que o iluminava e o único desejo que sentia era o de encontrar não sabia o quê, qualquer coisa que parecia faltar mas não se podia definir. Como uma sede que não era de água ou uma fome que não era de pão ou uma paixão que não era de braços. </div><div align="justify"></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHZJ3-32rtfdMx4uE8uh7ei09EyBFf1uHwftBL_83cn3qkGy2N-iYHj0kLU1Iq1-uC4__EfZZ1uJb5_IQ8WSBOPahlPEehrgek3JAp0snmG5EjjlGtk6zcZmgQj60nlIpDCNdr_asd1c/s1600-h/3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380705431109082754" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 336px; CURSOR: hand; HEIGHT: 393px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhEHZJ3-32rtfdMx4uE8uh7ei09EyBFf1uHwftBL_83cn3qkGy2N-iYHj0kLU1Iq1-uC4__EfZZ1uJb5_IQ8WSBOPahlPEehrgek3JAp0snmG5EjjlGtk6zcZmgQj60nlIpDCNdr_asd1c/s400/3.jpg" border="0" /></a> Por fim vislumbrou claramente uma alta muralha que circundava o topo da montanha, encerrando o cume como um colar que debruasse o colo de uma virgem. Mas não eram pedras comuns, as que formavam a muralha, eram peças de jaspe intenso. Não ficou surpreendido ao encontrar na muralha uma porta nem que a porta não estivesse fechada como se estivessem à sua espera. Era de ouro maciço mas leve como uma pena, deixou-o passar sem nenhum entrave e Túndalo achou-se do lado de dentro. Abriu os olhos e viu. Era e não era um jardim. Era e não era primavera. Era e não era feliz. As flores que se estendiam por campos sem fim tinham cores estranhas e formas que nunca vira. Os lagos tinham os mais puros reflexos de cristal e o céu um azul praticamente impossível. Mas quando estendeu as mãos para colher algumas pétalas, elas atravessaram-lhe os dedos e não se deixaram cair. Mergulhou a mão em concha na água mas ela nem o molhou. Sorriu porque não tinha sede e não fazia mal. Não sentia a alegria que deveria sentir, porque não se lembrava de nenhuma tristeza. Começou a andar e em breve encontrou muitos como ele, mas vestidos de branco, sentados no chão.Escutavam uma música parecida com o assobio do anjo e nada mais lhes despertava a atenção. <a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrdktRxE47saJ5BoncL1eeL5sKjCBA6C6eagvFYdbrgr83upP7DKrGEkv_UYp-95fasZDcqHZH3wUxM-3_wGPtrwd2IUBCJaST7Rb_DUuL-Fnpm28nc96ZeUbzh_Z6nPd-tz0v-v4aBsk/s1600-h/+2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380705324379843106" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 369px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrdktRxE47saJ5BoncL1eeL5sKjCBA6C6eagvFYdbrgr83upP7DKrGEkv_UYp-95fasZDcqHZH3wUxM-3_wGPtrwd2IUBCJaST7Rb_DUuL-Fnpm28nc96ZeUbzh_Z6nPd-tz0v-v4aBsk/s400/+2.jpg" border="0" /></a>Avançou até encontrar um bom lugar para se sentar, amparado no tronco de uma árvore. Sentou-se. Aquele parecia ser o lugar mais alto da montanha, o pico do cume, de onde já não se podia subir mais. Os olhos abriram-se-lhe sozinhos e viu. Viu todas as razões, todas as coisas para ter certeza, todos os modos de ser e de fazer. Soube a resposta a todas as perguntas e todas as histórias do princípio e também as do fim. Viu todas as regras que fazem mover coisas e todos os movimentos que se movem sem regras. Soube todos os quandos e comos e porquês. Os olhos cresceram-lhe até que todo o corpo mais não era do que olhos. E soube que era bem.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhruBLZShhc__ba0RistQIp7SzGOstuAZf0ygTFcHqj215ZS1Nt8ScFusjGLp9GNig0dWe25KceOxZ5ljcdS4cOL4BJezrsT2Z2NiG8cIadBDZoWKJ1Isc75rPB4vlzMyBBZSqF2ZqSCJI/s1600-h/2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380705211778632114" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 316px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhruBLZShhc__ba0RistQIp7SzGOstuAZf0ygTFcHqj215ZS1Nt8ScFusjGLp9GNig0dWe25KceOxZ5ljcdS4cOL4BJezrsT2Z2NiG8cIadBDZoWKJ1Isc75rPB4vlzMyBBZSqF2ZqSCJI/s400/2.jpg" border="0" /></a>- Túndalo... - ouviu chamar, em voz doce. Não respondia. Não tinha boca, só olhos.<br />- Túndalo... - repetiu a voz. Sem se mover, acabou por perguntar:<br />- O que é?<br />- Temos de ir - disse a voz.Os olhos semicerraram-se e subiram-lhe ao rosto de novo, a ocupar o seu lugar. Contrariado, virou-se para ver quem chamava. Era o anjo, claro! Tinha de ser o anjo!<br />- O que queres? Deixa-me estar! Já cheguei!<br />- Não - disse o anjo - Tens de voltar, anda!<br />- Que queres dizer com voltar? - perguntou espantado - Não me trouxeste aqui? Não é aqui o meu lugar? Não estou já cá?<br />- Não - disse o anjo, estendendo-lhe a mão - Foste trazido mas não é ainda altura de ficares. Tens de voltar à tua casa e refazer tudo o que fizeste até hoje.<br />- O quê ?! Mas então ...<br />- Vamos! Voltarás mais tarde, daqui a muito tempo. Ou não...<br />O anjo obrigou-o a levantar e ainda mal tinha dado dois passos contrafeitos e já via fechar-se-lhe nas costas a porta da muralha. Não pudera dizer mais nada. Já tudo tinha ficado para trás. Ao terceiro passo estava de volta às ruas da sua cidade e amanhecera. Sentiu frio e uma incontrolável necessidade de dormir. As vendedoras do mercado arrastavam penosamente as suas cargas e passavam cavaleiros martelando as pedras das ruas. As casas tinham um tom pardo e húmido, enfileiradas obliquamente até desembocarem na sua casa, lá ao fundo. Dirigiu-se para lá e entrou. Os servos acorreram a recebê-lo e trataram de o conduzir ao leito. Túndalo dormiu sem acordar durante três dias seguidos. Chamaram o físico para que lhe tomasse o pulso mas nesse mesmo dia voltou a abrir os olhos, sorriu, e pediu alguma coisa para cortar o jejum.<br /><br /><br />- Tive um sonho - comunicou - foi bonito, depois de ter sido muito assustador. Se pudesse saltar a primeira parte, bem gostava de o sonhar outra vez.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzhWfGfjBUai7rL9fbDhkM2NPQ9IFGF2usCOv0qq-O3jERhgEA4zqlA0vVk5TxyhQKoHsW28uVdrcTgzBGEG8ap8JG_WgJufBAaGotV6jRBukElWHj2tJq5zf7qEeSs0jq7xneqwri7A/s1600-h/1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5380705064274977202" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 396px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXzhWfGfjBUai7rL9fbDhkM2NPQ9IFGF2usCOv0qq-O3jERhgEA4zqlA0vVk5TxyhQKoHsW28uVdrcTgzBGEG8ap8JG_WgJufBAaGotV6jRBukElWHj2tJq5zf7qEeSs0jq7xneqwri7A/s400/1.jpg" border="0" /></a><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-30374860633536122882009-08-31T08:27:00.016+01:002009-09-04T22:43:49.412+01:00Enquanto Túndalo não chega ao cimo da montanha...<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZUHhKy5aYXKPbMrP5NLohtIdrrSZhZ5x7_v_1tJwPn6Fkf8gh0qyKIrxBeBCDF0VLwpuBnCT0aeTBJ-6OUITE7G0GUNbAlJcleoSZHub0-6Q6pE7SFBuZ9qCLlmjQH7SBOaEqk3TMnaY/s1600-h/DSCF6126.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376029624289847426" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgZUHhKy5aYXKPbMrP5NLohtIdrrSZhZ5x7_v_1tJwPn6Fkf8gh0qyKIrxBeBCDF0VLwpuBnCT0aeTBJ-6OUITE7G0GUNbAlJcleoSZHub0-6Q6pE7SFBuZ9qCLlmjQH7SBOaEqk3TMnaY/s400/DSCF6126.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0aI_MJ22JKtWbqK5HysAi-CYuHQNJ75FXdBCQalqUWir0GkqCNIpT1Uff3H7m6G2snr5qK-Jl3Q-tOKUybsxLRJqrNpHwbtqhhV_FUS0nI87U_jAMtEuoEHQUKLKP7xyP3sIs2phtUd0/s1600-h/DSCF6125.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376029453182207234" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi0aI_MJ22JKtWbqK5HysAi-CYuHQNJ75FXdBCQalqUWir0GkqCNIpT1Uff3H7m6G2snr5qK-Jl3Q-tOKUybsxLRJqrNpHwbtqhhV_FUS0nI87U_jAMtEuoEHQUKLKP7xyP3sIs2phtUd0/s400/DSCF6125.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3OQPVp7VbcqxOUPgdHm9ovxrZrTKbC7b-dFwrqoVoDC8ky2TF09OhktwsQFbgH_Qd2yqM1j2YSe-2HDiFVYADWy2PFjbZGxx3OQt3q2aHUitI_JbMbA3EzQ8aZ0WrTgs06WOrvjwRLzc/s1600-h/DSCF6106.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376029200757474386" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh3OQPVp7VbcqxOUPgdHm9ovxrZrTKbC7b-dFwrqoVoDC8ky2TF09OhktwsQFbgH_Qd2yqM1j2YSe-2HDiFVYADWy2PFjbZGxx3OQt3q2aHUitI_JbMbA3EzQ8aZ0WrTgs06WOrvjwRLzc/s400/DSCF6106.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigZe9UUQsX9kKBup2BgUugz3Br3wDVkCCJTTAtg_CEM5EHzqT3P3DzbTlBi9N5U5yFftb78KowgxRY4YJeQkt2Np_zBP4h7JllGNLm-i1yQFJ_bQs1SVtDIYi8PsGcmzrT-L9wNkmdhWg/s1600-h/DSCF6103.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376029012356363778" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigZe9UUQsX9kKBup2BgUugz3Br3wDVkCCJTTAtg_CEM5EHzqT3P3DzbTlBi9N5U5yFftb78KowgxRY4YJeQkt2Np_zBP4h7JllGNLm-i1yQFJ_bQs1SVtDIYi8PsGcmzrT-L9wNkmdhWg/s400/DSCF6103.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzN_nwzmXXnVsJceI1QF_4tx8wncfUJQi6ZAubqzsJJzqlrg8h6EPoZJW_fObUgaUJU0HZ4rbrLj6WR3od_noiMa3bHUbPgsLch3ptYb2PloivbUelifR_ULfL2vSFldySS2dT2njbu8w/s1600-h/DSCF6101.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376028797339464962" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzN_nwzmXXnVsJceI1QF_4tx8wncfUJQi6ZAubqzsJJzqlrg8h6EPoZJW_fObUgaUJU0HZ4rbrLj6WR3od_noiMa3bHUbPgsLch3ptYb2PloivbUelifR_ULfL2vSFldySS2dT2njbu8w/s400/DSCF6101.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxKcFbJHma3Fay3fQe-Fsh4cuFOQ5Qtf6bAbTcpR6bd19qVFeCNq5MV8mdMIwREBTtQKTDVKWhKgY7Y1Zlh-zBROJ2P9hU50Pw76otGrJ4If3SEp-gs_4qnvBT0yBrlsteM0xqFKADdhA/s1600-h/DSCF6055.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376028465854228962" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjxKcFbJHma3Fay3fQe-Fsh4cuFOQ5Qtf6bAbTcpR6bd19qVFeCNq5MV8mdMIwREBTtQKTDVKWhKgY7Y1Zlh-zBROJ2P9hU50Pw76otGrJ4If3SEp-gs_4qnvBT0yBrlsteM0xqFKADdhA/s400/DSCF6055.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhmMGfWgii8n_R_b0ofw9u5C9XRLZRQUxmfxblJNVVZ_iOb40LX3oXSG2wdoYUEoy4X4Ady_pqebKJLxD5ssXTqNNhOiYB3nEEziqQtvU7h4qIQcxa6apQVzLVQgzlJewFvpqVDmCq7CA/s1600-h/DSCF6043.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376028223967604594" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhmMGfWgii8n_R_b0ofw9u5C9XRLZRQUxmfxblJNVVZ_iOb40LX3oXSG2wdoYUEoy4X4Ady_pqebKJLxD5ssXTqNNhOiYB3nEEziqQtvU7h4qIQcxa6apQVzLVQgzlJewFvpqVDmCq7CA/s400/DSCF6043.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpgKlwx8t04l0txkGO0T1mVpDCqXoxr8ASVcWJxllFmI_qtlQCwWg-PfWVuQiQGWq_GBGByrSsweSw-B9NNM89kYTohegdywL6_RloOWFoFdNUE_Zyv7Md3oYN4u72P3WxACSWAaiyO9g/s1600-h/DSCF6040.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376027889110511074" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhpgKlwx8t04l0txkGO0T1mVpDCqXoxr8ASVcWJxllFmI_qtlQCwWg-PfWVuQiQGWq_GBGByrSsweSw-B9NNM89kYTohegdywL6_RloOWFoFdNUE_Zyv7Md3oYN4u72P3WxACSWAaiyO9g/s400/DSCF6040.JPG" border="0" /></a><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU_KioPW67KFqupfKhrkgtSHNrOHRJeX0yHRUROjxmX1FVCasVN-wWndR5xypaR-aaaE8GXTwa2R9rrdUJlUNTSwIpBGxXpet97z5FA5upbati9aYea0inoy-SgOfMG6Nv7yACLXoiKj4/s1600-h/DSCF6039.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376027716739906722" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjU_KioPW67KFqupfKhrkgtSHNrOHRJeX0yHRUROjxmX1FVCasVN-wWndR5xypaR-aaaE8GXTwa2R9rrdUJlUNTSwIpBGxXpet97z5FA5upbati9aYea0inoy-SgOfMG6Nv7yACLXoiKj4/s400/DSCF6039.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeguNryXHS3pWDmakumlakjH3BJhnN3LtPAvV-rinDNXYXp991PxYKVVbvasI1cka7Ii6EKME_uNR1QgsdsJxy_gqr3UeLryvE00vh4BgXutVBS7UZcojgm1fS_AYNQfoRHvtlN-PKC2o/s1600-h/DSCF6038.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5376027517604040658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeguNryXHS3pWDmakumlakjH3BJhnN3LtPAvV-rinDNXYXp991PxYKVVbvasI1cka7Ii6EKME_uNR1QgsdsJxy_gqr3UeLryvE00vh4BgXutVBS7UZcojgm1fS_AYNQfoRHvtlN-PKC2o/s400/DSCF6038.JPG" border="0" /></a> </div></div></div></div></div></div></div></div></div><div style="width:300px;"><object width="300" height="110"><param name="movie" value="http://media.imeem.com/m/5KBmwSdCS9/aus=false/"></param><param name="wmode" value="transparent"></param><embed src="http://media.imeem.com/m/5KBmwSdCS9/aus=false/" type="application/x-shockwave-flash" width="300" height="110" wmode="transparent"></embed></object><div style="background-color:#E6E6E6;padding:1px;"><div style="float:left;padding:4px 4px 0 0;"><a href="http://www.imeem.com/"><img src="http://www.imeem.com/embedsearch/E6E6E6/" border="0" /></a></div><form method="post" action="http://www.imeem.com/embedsearch/" style="margin:0;padding:0;"><input type="text" name="EmbedSearchBox" /><input type="submit" value="Search" style="font-size:12px;" /><div style="padding-top:3px;"><a href="http://www.imeem.com/ads/banneradclick.ashx?ep=0&ek=5KBmwSdCS9" rel="nofollow"><img src="http://www.imeem.com/ads/bannerad/152/10/" border="0" /></a><a href="http://www.imeem.com/ads/banneradclick.ashx?ep=1&ek=5KBmwSdCS9" rel="nofollow"><img src="http://www.imeem.com/ads/bannerad/153/10/" border="0" /></a><a href="http://www.imeem.com/ads/banneradclick.ashx?ep=2&ek=5KBmwSdCS9" rel="nofollow"><img src="http://www.imeem.com/ads/bannerad/154/10/" border="0" /></a><a href="http://www.imeem.com/ads/banneradclick.ashx?ep=3&ek=5KBmwSdCS9" rel="nofollow" ><img src="http://www.imeem.com/ads/bannerad/155/10/5KBmwSdCS9/" border="0" /></a></div></form></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-57067003600875144062009-06-27T16:52:00.008+01:002009-06-28T15:21:17.280+01:00A VIAGEM. 3. Terra.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnWq2cNuzv8-nievXTS40iMEv7PqBeG_bP_1aqWthsXRedB2CHq-r96U3ad34ET6F-cR06yvvtZzVhKEBGk_OtYv_qhSIhUZEpWd9Cu-lUNNMntkcV6WdjDrQGWCUGT4SWtd97uBTx_do/s1600-h/6.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352036953673994738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 267px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjnWq2cNuzv8-nievXTS40iMEv7PqBeG_bP_1aqWthsXRedB2CHq-r96U3ad34ET6F-cR06yvvtZzVhKEBGk_OtYv_qhSIhUZEpWd9Cu-lUNNMntkcV6WdjDrQGWCUGT4SWtd97uBTx_do/s400/6.jpg" border="0" /></a> Há já várias horas que caminhavam por entre um bosque cerrado. Pelo menos as horas passadas pareciam muitas mas, como Túndalo sentia que o cansaço se lhe aliviava a cada novo passo, pensou para si que talvez ele não soubesse nada acerca de horas ou talvez as horas sempre tivessem sido diferentes do que lhe parecia. A verdade é que a escuridão verdejante em que caminhavam não dava sinais de nascer nem de pôr de sol e todo aquele tempo parecia demasiado para uma só noite. Mas seria a noite, de facto, uma verdade consistente? - pensou Túndalo. Seguiam calados e, sem saber porquê, não lhe apetecia interrogar o anjo sobre todas estas dúvidas que lhe acudiam ao espírito. </div><div align="justify"><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJobazJkTgEeTaRDIG18R3JOtO_mbM8RIAYB5e3qJBP4lLg7rGLSlylxDy1QRwl8NqSrB_ZYvI2qjs06Wir0cPz924gbU5XYbwY9H-LaAx4yYrkn4e07q-x2Xo0j1HMgU2OsBUo51oqSc/s1600-h/5.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352036788193079810" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJobazJkTgEeTaRDIG18R3JOtO_mbM8RIAYB5e3qJBP4lLg7rGLSlylxDy1QRwl8NqSrB_ZYvI2qjs06Wir0cPz924gbU5XYbwY9H-LaAx4yYrkn4e07q-x2Xo0j1HMgU2OsBUo51oqSc/s400/5.jpg" border="0" /></a> <div align="justify">Por fim, a caminhada desembocou numa ampla clareira. As árvores foram repentinamente substituidas por um chão raso e nu, vermelho e seco, que se estendia até muito longe. Túndalo estacou e, com ele, o anjo. E agora? Que fazia ele ali, naquela imensa eira barrosa que não levava a lado nenhum?<br />- Onde vamos? - perguntou ao anjo.<br />- Porque paraste? - perguntou o jovem luminoso.<br />- Mas onde queres que vá? - ripostou Túndalo, com um gesto enfastiado - afinal o que pretendes com isto?<br />- Túndalo, Túndalo... - riu-se o companheiro - não aprendeste nada? Julgas que se pode parar a meio do caminho?<br />- Mas porque não podemos ficar aqui na orla do bosque? Ao menos haverá frutos ou sementes para comermos e talvez a manhã nos traga um pouco de orvalho que nos mate a sede. Aí por onde vais só vejo ermo e secura...<br />- Tens fome ou sede?<br />- Não, ainda não, mas vou ter.<br />- E se não tiveres, porque terás ficado aqui? E de que manhã estás tu a falar?<br />- Bem, acabará por amanhacer, mais cedo ou mais tarde, não? - atirou-lhe Túndalo.<br />- Vá lá... - murmurou o rapaz de branco sem sinal de ter entendido a ironia - não queres resposta para as tuas perguntas? Tens de vir...<br />- Mas porque não me respondes aqui?!<br />- Não te impacientes. Olha lá ao fundo, por trás daquela nebelina.<br />Túndalo apurou os olhos na direcção apontada. Muito distante conseguia ver uma nuvem parda que parecia pairar sobre os vapores avermelhados daquele longo e rubro deserto.<br />- Só vejo uma nuvem. Que tem ela de especial?<br />- Tens de ir mais perto para saberes. Tens de continuar a andar.<br />- E que me interessa isso? Quero lá saber do que está por trás da nuvem!<br />- Como sabes que não queres saber se não sabes o que é ?<br />- E como sei que quero?<br />- Chegando mais perto. É a única forma. Vamos!</div><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG9C0EB5yijeVLiVZ2ezpUyqOxWVM7I2635dkdS7kDBDZbD5vqnr7oOcwNaYS5e6zGy0i7_LzjRoVLOBVSxjR4e374j3sj3tAose9Cx_xgsz21qXF3SlrXBxGYWqNeH9Q9LY7CPNMIGL8/s1600-h/4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352036581515533554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 268px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjG9C0EB5yijeVLiVZ2ezpUyqOxWVM7I2635dkdS7kDBDZbD5vqnr7oOcwNaYS5e6zGy0i7_LzjRoVLOBVSxjR4e374j3sj3tAose9Cx_xgsz21qXF3SlrXBxGYWqNeH9Q9LY7CPNMIGL8/s400/4.jpg" border="0" /></a> O anjo parecia determinado. Abandoná-lo-ia se ele se deixasse ficar? Provavelmente. Ficar ali sozinho é que não. Como faria para voltar para casa? Pensar na sua casa fez-lhe de repente chegar as lágrimas aos olhos. A sua boa cama de lençóis de linho, o seu dossel de seda que lhe embalava o sono, os risos dos amigos povoando a mesa, a alegria das canecas girando de mão em mão... Tinha de voltar para casa! Portanto, restava-lhe seguir em frente.<br />Começou a andar adiante do anjo, que sorria da sua pressa. Começou a contar os passos, para calcular mentalmente quanto faltaria para acabar de atravessar o ermo vermelho. De cabeça baixa, punha metodicamente um pé à frente do outro.<br />O anjo começou a assobiar, fazendo-o virar a cabeça de espanto. Que bem que ele assobiava! Parecia uma flauta que o seguia e lhe elevava os passos. Nunca antes tinha ouvido uma música assim, tão suave e alegre ao mesmo tempo! Não se atrevia a dizer uma palavra, enlevado na melodia, e acabou por se esquecer de contar os passos. Não sentia fome, nem sede, nem cansaço. Aliás, não sentiu nada além de uma espécie de felicidade que lhe vinha do assobio do seu companheiro, até que, ao longe, por entre a névoa distante, julgou divisar algumas formas. Que seria aquilo? Parecia brilhar no alto de uma colina e clareava como a manhã mais ensolarada que alguma vez vira.<br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxoqTWnztrZFGgFVnAsqu-fcx3DiJwMpj9XoRqx5fs0nMBPyIaSD6JBqPWwJthhIVHD67Z7DuuFkW5N8Eg9ViAE5EQ361U_2MDU5cpZ6zOGotxJPshoPUtEk_7xnzQG9nFpHzdygS4d3Q/s1600-h/3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352036435279077618" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhxoqTWnztrZFGgFVnAsqu-fcx3DiJwMpj9XoRqx5fs0nMBPyIaSD6JBqPWwJthhIVHD67Z7DuuFkW5N8Eg9ViAE5EQ361U_2MDU5cpZ6zOGotxJPshoPUtEk_7xnzQG9nFpHzdygS4d3Q/s400/3.jpg" border="0" /></a><br /><br />Não fazia ideia de quantos passos dera afinal mas a verdade é que se abeiravam agora da base da colina e a nuvem que a envolvia ocultava-lhe apenas o topo, deixando ver uma encosta florida de margaridas e lilases. Ou seriam outras flores? A cor estava certa mas nunca vira flores tão grandes e tão viçosas, suavemente dobradas por uma brisa fresca que soprava de leste. Não dera por nascer o sol mas a verdade é que ele se estendia agora por todo o lado, brilhando nos olhos do anjo como pérolas.<br />Que jardim seria aquele? E o que esconderia a nuvem lá em cima? Seria longa a distância até ao topo? Tinha de ir ver !<br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKyngF04X-7jlgG8Src4y61fFLDt2vHZ-ggxw56zhKKGA_mOdealH56_K92jHstAAKypHQIe50T297S9-S6K0PTWaAROFnQkBKzOl0svHyaP6UQd-oSqcU30oPYHMAlMpVQ-Fmx1OW4FQ/s1600-h/2.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352036265398679554" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhKyngF04X-7jlgG8Src4y61fFLDt2vHZ-ggxw56zhKKGA_mOdealH56_K92jHstAAKypHQIe50T297S9-S6K0PTWaAROFnQkBKzOl0svHyaP6UQd-oSqcU30oPYHMAlMpVQ-Fmx1OW4FQ/s400/2.gif" border="0" /></a><br />- Queres ficar por aqui ? - perguntou o anjo, sentando-se.<br />- Aqui?! Nem penses! - respondeu Túndalo - Vamos subir!<br />- Ah! – exclamou o anjo - pensei que talvez quisesses parar, podíamos descansar um pouco entre estas flores...<br />- Mas tu estás cansado?! Que anjo me saíste! Eu estou muito bem, vamos lá, levanta-te!<br />- Está bem... - disse o anjo, estendendo-lhe a mão - ajuda-me aqui! Ainda tenho de procurar o melhor caminho para subirmos.<br />- Então, então, rapaz... - disse Túndalo, puxando-o pela mão a apontando uma vereda que se escondia sob uma cascata de flores - não estás a ver ali? É o caminho.<br />- Bom... vamos lá então. <div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3bxov71xXPUB0jpYfTSQ6HO_fWBGmwGU7SEKMDelq-S4ncvk-7H9Gv_YbaiiVUOsXW7NgxTouQwVqILS4FKiUKHnMi40ReErdiqXQi5v_ORvodWYpE4T-2HFDNDIIhNOrBkgKjX0WB84/s1600-h/1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5352036152492634450" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 358px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3bxov71xXPUB0jpYfTSQ6HO_fWBGmwGU7SEKMDelq-S4ncvk-7H9Gv_YbaiiVUOsXW7NgxTouQwVqILS4FKiUKHnMi40ReErdiqXQi5v_ORvodWYpE4T-2HFDNDIIhNOrBkgKjX0WB84/s400/1.jpg" border="0" /></a><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3bxov71xXPUB0jpYfTSQ6HO_fWBGmwGU7SEKMDelq-S4ncvk-7H9Gv_YbaiiVUOsXW7NgxTouQwVqILS4FKiUKHnMi40ReErdiqXQi5v_ORvodWYpE4T-2HFDNDIIhNOrBkgKjX0WB84/s1600-h/1.jpg"><span style="color:#66ffff;">Fotos: Chã, João Silva, João C.S.Ramos, Virgínia Pinhão</span></a></div><div><span style="color:#66ffff;">Pintura: o Salvador.</span><span style="color:#66ffff;"><br /></span></div><div><span style="color:#ff9900;">(Insiste em continuar mas há-de acabar-se-me na próxima, juro! ...)</span><br /><br /><br /><br /><br /></div><div></div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-13326777034972824242009-04-25T19:14:00.007+01:002009-04-26T21:46:29.934+01:00A VIAGEM. 2. A ponte.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLfLhn_w-w0lmlTJ2X5k9Wz6hjIphqdxQGVGaHMXOpnSpTeiJk8KrTmb-9GWQMh6_sPtVSHV8qRZBV8t03KOSlWk-qIozdz5a2E36HUeI3aIG646PFvJ2BsMrpg0hlFpSEzTxbyCDuJPo/s1600-h/bosch-20.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328695106120289826" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 338px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLfLhn_w-w0lmlTJ2X5k9Wz6hjIphqdxQGVGaHMXOpnSpTeiJk8KrTmb-9GWQMh6_sPtVSHV8qRZBV8t03KOSlWk-qIozdz5a2E36HUeI3aIG646PFvJ2BsMrpg0hlFpSEzTxbyCDuJPo/s400/bosch-20.jpg" border="0" /></a><br />Estendendo-lhe a mão, o jovem empurrou a pesada porta que se entreabriu com um rangido. Um arrepio percorreu a espinha de Túndalo, porque lhe pareceu aquilo ranger de dentes e porque a luz não inundou a sala como ele esperava. Olhou para trás e viu o seu corpo caído no chão da taberna. Compreendeu que o caminho era em frente e seguiu o jovem.<br />Lá fora flutuava no ar uma finíssima cinza que obscurecia quase tudo. Subitamente cortou-lhe a visão uma figurinha negra que lhe guinchou aos ouvidos. Atordoado, Túndalo recuou mas por pouco tempo porque atrás do primeiro vinham dezenas de criaturas iguais, negras e insuportavelemente gritantes. Voavam com umas pequenas asas de morcego e em breve o tinham cercado, separando-o do seu guia, e cantando desafinadamente: </div><div align="center"><br /><em><span style="color:#ff6600;"><strong>Alma cativa,<br />cantamos a morte,<br />de que és filha<br />e da má sorte!<br />Amiga das trevas<br />pasto do fogo!<br />Ai mesquinha,<br />eis o teu povo!<br />E a soberba, onde é que a trazes?<br />E a discórdia, não a abraças?<br />Vamos! à peleja, à cobiça, rapazes !<br />à vanglória, à lama, às armas!<br /></div></strong></span></em><div align="center"></div><div align="center"><br /></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_x8FzE_xipsW6o-Ht5LvRMz2ZYbmN_as3n6uGELye8zSBHWEtCfVcFAsN0My1U6vFlTOqfGDrWwh8bvj_RsHtgNIW1P6wCBULIOUGexNQoc0oAq4g7w7tlkeOVUSHpQRQE-w0KmQx7MA/s1600-h/Bosch-diabos.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328694918032135842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 221px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_x8FzE_xipsW6o-Ht5LvRMz2ZYbmN_as3n6uGELye8zSBHWEtCfVcFAsN0My1U6vFlTOqfGDrWwh8bvj_RsHtgNIW1P6wCBULIOUGexNQoc0oAq4g7w7tlkeOVUSHpQRQE-w0KmQx7MA/s400/Bosch-diabos.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Túndalo queria afugentá-los mas não podia. A cada momento chegavam mais, vindos de todas as ruas. Então o rapaz de branco gritou-lhes bem alto que se fossem e eles calaram-se imediatamente. Murmurando contrariados, começaram a sair, deixando atrás um zum-zum atordoante. Túndalo sentiu quebrar-se-lhe o ânimo e levou as mãos aos olhos para esconder as lágrimas. Mas o guia, que cortara o ar com uma mão e segurava por uma perna uma daquelas criaturas, mostrou-lha sorrindo e disse-lhe:<br />- Vamos lá, que é isso? Estou contigo desde que nasceste e nunca deixei que nada de mal te acontecesse!... Olha, não é uma coisa feia este diabinho ? Passava o tempo empoleirado no teu ombro a segredar-te e deu-me muito trabalho estar sempre a enxotá-lo. Agora que já o conheces espero que deixes de lhe dar ouvidos. Vamos, que a viagem é longa!</div><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7vE4OipouEwSHhx72CZJNGl2gAOtOloaTbyqglYsyGA9odNZxxMI8aUUMIz3f_Ek6u3CNGE5HYTOo57uP7K8LaXCKPeLF41HPWUSO1fBhc2V5W-62XwFj5_Hdb_aJZcshHqEgG-VZAE/s1600-h/Bosch-1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328694745572429682" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 384px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7vE4OipouEwSHhx72CZJNGl2gAOtOloaTbyqglYsyGA9odNZxxMI8aUUMIz3f_Ek6u3CNGE5HYTOo57uP7K8LaXCKPeLF41HPWUSO1fBhc2V5W-62XwFj5_Hdb_aJZcshHqEgG-VZAE/s400/Bosch-1.jpg" border="0" /></a> A caminho pelas ruas desertas e escuras, Túndalo sentiu-se reconfortado. Do seu companheiro emanava a luz de que necessitavam e em breve o espaço começou a alargar-se à sua frente. Sairam da cidade e caminharam durante muito tempo por uma floresta densa. Chegaram, por fim, ao extremo do caminho, que parecia terminar abruptamente num promontário de onde não podia sair-se sem voltar para trás. Mas o anjo, que o trouxera, apontou para baixo e Túndalo viu estender-se no fundo de uma escarpa um imenso vale. Sentou-se, com o guia, tentando entender o que via. De um túnel chegavam almas em fila, empurradas com forquilhas pelas detestáveis criaturas negras e obrigadas a entrar dentro de uma fornalha acesa. O cheio no ar era nauseabundo. A fornalha tinha uma saída em forma de bico de jarro, de onde as almas saíam derretidas como cera. Eram recolhidas pelas criaturas negras numa espécie de sertãs e depois atiradas num lago gelado, onde nevava continuamente e onde o vento as não deixava paradas. Aí voltavam à sua forma anterior e ficavam capazes de andar. Então eram empurradas por uma escada até à entrada de uma ponte muito comprida, da largura de apenas um pé, que ligava o ponto onde Túndalo estava e o outro lado do vale. Sobre aquela ponte teriam de atravessar o vale, a menos que caíssem no fundo, habitado por uma enorme besta com duas cabeças. Cada cabeça tinha olhos como outeiros acesos e de cada bocas saíam duas serpentes. As almas que caíam eram mastigadas por uma daquelas cabeças e, depois de devidamente trituradas, eram devolvidas à fornalha.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtxP37QCBsnOeWx6iAJurVctzIcQeZ5e1iFePQloANNNUJd4qKdXVUznasMfOZEbyXsJmN6muobHlFk5R_mlUzNcNB2n2FI6XhXCDMUDidmq76uzokP_0k_XUy13ZoI8xl8ha9zBdrIn8/s1600-h/Bosch--3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328694569414802834" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjtxP37QCBsnOeWx6iAJurVctzIcQeZ5e1iFePQloANNNUJd4qKdXVUznasMfOZEbyXsJmN6muobHlFk5R_mlUzNcNB2n2FI6XhXCDMUDidmq76uzokP_0k_XUy13ZoI8xl8ha9zBdrIn8/s400/Bosch--3.jpg" border="0" /></a><br />- Temos de chegar ao outro lado – disse o guia.<br />- Como ?! – exclamou Túndalo, sobressaltado – que queres dizer?<br />- Que teremos de nos encontrar do outro lado e nem tu podes vir comigo nem eu posso atravessar contigo a ponte.<br />- Mas não disseste que estarias sempre comigo?!<br />- Sim, vou estar lá do outro lado à tua espera. Podes ter a certeza disso. Não te abandonarei.<br />-Mas... – Túndalo estava realmente zangado – muito obrigado! Estás comigo mas não nos piores momentos!<br />- Então – disse o guia, pondo-lhe a mão no ombro – acalma-te. Se olhares para o final da ponte ver-me-ás à tua espera de mão estendida. Só tens de manter o pensamento na minha mão e dar um passo de cada vez, sem tentares chegar depressa de mais.<br /><br />E dizendo isto, desapareceu para reaparecer imediatamente do outro lado do vale. Como não podia voltar sozinho para a floresta, Túndalo levantou-se e aproximou-se do início da ponte tentando ganhar coragem. Só então percebeu que a longa tábua tinha cravos aguçados espetados nalguns pontos e que teria de ter muito cuidado para não espetar os pés. Inspirou profundamente e tentou concentrar-se na mão do anjo, que o esperava do outro lado. Começou a travessia avançando devagar, esforçando-se por não tropeçar nos cravos e pondo cuidadosamente um pé de cada vez sobre a estreita tábua. Apesar de ver distintamente o guia do outro lado, pareceu-lhe que a ponte era maior do que julgara, porque já estava a caminhar há algum tempo e ainda nem a meio tinha chegado. Parecia-lhe mesmo que quase não tinha saído do mesmo sítio, embora continuasse a andar firmemente, com os olhos postos alternadamente no guia e nos cravos espetados na tábua. Doíam-lhe os músculos da tensão e do esforço e sentia-se tão sozinho que a dor se tornava insuportável. Queria pelo menos poder parar um pouco, sentar-se e talvez chorar mas tinha a certeza de que, se parasse, não conseguiria recuperar o equilíbrio que o mantivera até agora a salvo das goelas do monstro das duas cabeças. Para não pensar nisso, começou a trautear uma cantiga muito velha, que costumava cantar em criança, quando brincava com os outros rapazes. Só se lembrava de uma quadra mas repetia-a interminavelmente.<br />Ah, parecia que já tinha ultrapassado o meio da ponte, quase sem dar por isso. A mão do anjo estava tão perto! As dores desapareceram instantaneamente, e sentiu que a ponte deixava de estar assente no topo das duas montanhas que ligava. Na verdade, a ponte parecia flutuar e o monstro e o negro vale lá em baixo tinham desaparecido. Estava envolto numa névoa rosada e odorífera e saltar da ponte para se enterrar nela como se de um monte de feno se tratasse era precisamente o que lhe apetecia. Afinal não precisava de chegar ao outro lado, podia saltar da ponte porque não havia vale nenhum e não precisava do guia para nada. A euforia enchia-lhe o peito e começou a pensar que talvez tudo aquilo não tivesse passado de um sonho. Anjos, diabos negros, almas derretidas no fogo? Onde fora buscar tanto disparate? Nunca se sentira tão bem na sua vida, tão plenamente flutuante e etéreo! Ah, precisava mesmo era de ralhar com o taberneiro, que andava a dar-lhe não sei o quê que o fazia ter visões!<br />Começou a rir-se com gosto, estremecendo os ombros a ponto de pôr em risco o seu equilíbrio sobre a ponte.<br />- Túndalo ! Túndalo ! Estás quase a chegar ! Olha a minha mão !<br />O riso gelou-se-lhe na garganta. Era a voz do anjo! Mas onde estava o patife? Tentou ver através da névoa suave de odor adocicado e pareceu-lhe divisar a mão do anjo estendida mais à frente.<br />- Continua, Túndalo, estou aqui!<br />Afinal o rapaz luminoso era verdadeiro? E porque não se deixava ele ficar naquele pequeno troço da ponte, onde nada lhe doía?<br />- Essa névoa que te cobre, Túndalo, tem o tamanho de um passo. Se andares trás ou para a frente terás de sair dela. Queres viver para sempre dentro de um só passo?<br />Túndalo entendeu que não era possível. E se o anjo estava lá, a besta também devia estar. Decidiu-se a caminhar. Faltavam apenas alguns passos. Deu-os corajosamente até agarrar a mão que o esperava.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yArHuqkoIHAD3Gm_QwkWZr1bNp2Oskx5RgQs_2GS1DYmIu3_qE8icun-29Oae6IDT7eaOvRUTwkaOLOJ5uvfwPvicqJQbdKJsUhnbFxXq0I1jJDgstWDVQqFChoNRAlVyn6nmXJ28sE/s1600-h/ponte-1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5328694313486299042" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj2yArHuqkoIHAD3Gm_QwkWZr1bNp2Oskx5RgQs_2GS1DYmIu3_qE8icun-29Oae6IDT7eaOvRUTwkaOLOJ5uvfwPvicqJQbdKJsUhnbFxXq0I1jJDgstWDVQqFChoNRAlVyn6nmXJ28sE/s400/ponte-1.jpg" border="0" /></a><br /><div><span style="color:#ff0000;">(Continua, claro, está-se mesmo a ver que não podia ficar por aqui. Mas espero que só precisem de mais um capítulo para chegar ao fim. Ah, e as imagens, claro, tirando a última, só podiam ser do meu velho amigo Jerónimo!...) </span></div><br /></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-45715307702386258392009-03-24T14:22:00.008+00:002009-04-25T19:26:21.306+01:00A VIAGEM. 1. Despertar<div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2ajIaQD_83gSNB_zVQf8lasETb1y16JvYnVZG2vt1gzkt1ETvZTGwj6pondTJX2s8GVyItfZE4jMxfeRvs6PDIyvWjhiGL61inQ2g8hpj-Ap5kiL9bJB2D-459zel_FKf1S54H-_DVdc/s1600-h/tundalo-2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316760955548318482" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 326px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh2ajIaQD_83gSNB_zVQf8lasETb1y16JvYnVZG2vt1gzkt1ETvZTGwj6pondTJX2s8GVyItfZE4jMxfeRvs6PDIyvWjhiGL61inQ2g8hpj-Ap5kiL9bJB2D-459zel_FKf1S54H-_DVdc/s400/tundalo-2.bmp" border="0" /></a>A caneca, finalmente vazia, caíu no chão lajeado e rolou com um estrondo metálico até ser detida por um pé imóvel. Daí a pouco tocariam a matinas em todas as torres e o silêncio cairia finalmente sobre as mesas e os bancos, entregando à força do sono os que tinham bebido e cantado e praguejado durante toda a noite. Desta vez Túndalo não sentia aquele torpor que anunciava a chegada do sono e por onde se deixava escorregar satisfeito. Tinha bebido como nos outros dias, tinha jogado e mentido e feito batota e cometido o pecado da carne e todos os outros que lhe alegravam a vida. Mas em vez da plenitude do prazer habitual, sentia uma dor indecifrável no peito, um aperto angustiante que não conhecia, uma espécie diferente de torpor, sem satisfação. </div><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIiMvFvvXPAZXZzg4VS3yzKj-0RhfAG-S1JT2-AdG7ds4g4tNUKUwYFUKnn2jrPKaWsau0cauL9ExUnQSn9VhLeAPwHYHyxQvVoCF8FJStEZQ1EeNIyVk5bvSGxYz5YhulMpdBJWGwXo4/s1600-h/tundalo-4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316760845461251906" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiIiMvFvvXPAZXZzg4VS3yzKj-0RhfAG-S1JT2-AdG7ds4g4tNUKUwYFUKnn2jrPKaWsau0cauL9ExUnQSn9VhLeAPwHYHyxQvVoCF8FJStEZQ1EeNIyVk5bvSGxYz5YhulMpdBJWGwXo4/s400/tundalo-4.jpg" border="0" /></a> Talvez devesse esforçar-se por ir para casa em vez de se deixar ficar por ali até de manhã. Estendeu o braço esquerdo para se levantar com o auxílio de um pilar da parede mas o braço não quis ajudá-lo porque parecia atacado por um formigueiro.<br />Túndalo sentiu que alguma coisa não estava bem e alarmou-se. Esforçou-se por se levantar e sentiu uma forte picada no peito, do lado esquerdo. A ideia da morte surgiu-lhe como um relâmpago nos olhos e quis gritar por socorro. Mas todos os que tinham ficado na tarberna estavam completamente bêbados e dormiam profundamente com roncos sonoros que ninguém ouvia senão ele. Mendo, o taberneiro, fechara as portas e encerrara as portadas das janelas. Dormia, também ele, na sua enxerga na câmara ao fundo, e só voltaria a levantar-se perto da hora do meio dia. Não havia, portanto, quem lhe acorresse.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDeL9lQDOR7qANPz-Vl_c8VdRFhwyEdVRPyvMl84fUeDsb5bmdfj7sWijvPOwsK7Kk6Iu_qFOrrbBv-Ca80-M-wnZFN_v5rvzO4feHOOHCf9FKO4p-Ffi9unx3iYcd51DwTzRM71GzDsg/s1600-h/tundalo-8.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316760656717462978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 283px; CURSOR: hand; HEIGHT: 283px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDeL9lQDOR7qANPz-Vl_c8VdRFhwyEdVRPyvMl84fUeDsb5bmdfj7sWijvPOwsK7Kk6Iu_qFOrrbBv-Ca80-M-wnZFN_v5rvzO4feHOOHCf9FKO4p-Ffi9unx3iYcd51DwTzRM71GzDsg/s400/tundalo-8.bmp" border="0" /></a> Túndalo quis gritar que não estava ainda na sua hora e que a morte não poderia levá-lo assim tão novo. Tinha vivido com prazer e não se tinha preparado para a morte. Contava fazê-lo quando fosse mais velho e não aceitaria que a morte o traísse desta maneira. Foi com este sentimento de surda revolta por tamanha injustiça que sentiu escurecer tudo à sua volta e deixar-se escorregar suavemente para o chão. Fechou os olhos e entregou-se ao inevitável. O corpo tornou-se leve, os vapores da cerveja despareceram e o pensamento tornou-se-lhe de repente frio e lúcido como nunca fora.<br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwQcQX9ZkIxKLWkWQ-38htwP3-h_qnjMpfc2q6C2GzWtEiRa24-gGjzYTsDxjuGCEs4RaTz1e18V13b7BUzuzcxD_KIdivDwkbzHj8Li0elVATsSkLfZYBFpn19wH5d_vc1QiZ5daDSbI/s1600-h/tundalo-9.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316760407637592290" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhwQcQX9ZkIxKLWkWQ-38htwP3-h_qnjMpfc2q6C2GzWtEiRa24-gGjzYTsDxjuGCEs4RaTz1e18V13b7BUzuzcxD_KIdivDwkbzHj8Li0elVATsSkLfZYBFpn19wH5d_vc1QiZ5daDSbI/s400/tundalo-9.jpg" border="0" /></a> Túndalo abriu de novo os olhos, surpreendido por não estar morto. Mais surpreendido ainda ficou quando viu aquele rosto jovem, fresco e sorridente, debruçado sobre ele.<br />- Como entraste aqui, rapaz? Vai-te embora, isto não é lugar para ti!<br />O jovem riu com uma gargalhada cristalina como a água a ser soprada pelo vento.<br />- Enganas-te, Túndalo. Aqui é que é o meu lugar!<br />- Mas quem és tu? Que me queres?<br />O moço estendeu-lhe a mão a ajudou-o a levantar-se. E Túndalo foi capaz, porque a dor tinha desaparecido e os músculos estavam perfeitamente afinados e obedientes. Parecia-lhe, aliás, que nunca se sentira tão bem em toda a sua vida. Observou o rapaz, que parecia ter uns 15 ou 16 anos e notou a sua beleza invulgar. O cabelo era claro, a barba ainda não lhe despontara e os olhos pareciam feitos só de luz, sem nenhuma cor. Usava um vestido branco simples, cingido apenas por uma cinta e calçava umas sandálias de tiras como as de alguns monges.<br />Havia nele uma autoridade estranha e, sem saber porquê, Túndalo sentiu-se obrigado a obedecer-lhe.<br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZFN_7xdTAb3dLfiD8gxta3TSEOSKNf1s49_Rwbjs_uyhxIZ4IsK9FDhIZn-dvYzKQfVKpV27nqS2RfBecXQs4ElyWINkXr4RAbIHDGdCiY9pYUuj0snGq-TXNKpAqE6OOnuT2Sbl3jq8/s1600-h/tundalo-10.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5316760188486245522" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 320px; CURSOR: hand; HEIGHT: 320px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhZFN_7xdTAb3dLfiD8gxta3TSEOSKNf1s49_Rwbjs_uyhxIZ4IsK9FDhIZn-dvYzKQfVKpV27nqS2RfBecXQs4ElyWINkXr4RAbIHDGdCiY9pYUuj0snGq-TXNKpAqE6OOnuT2Sbl3jq8/s400/tundalo-10.jpg" border="0" /></a><br /><span style="color:#ff6600;">(Continua...)</span><br /><br /><br /><br /></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-81542762383832616752009-02-26T15:23:00.015+00:002009-02-26T16:03:44.958+00:00Interrupção excessivaNão sou de euforias óbvias ou anonimamente partilhadas.<br /><div align="justify">Abomino importações transatlânticas. </div><div align="justify">Levámos tradições de atávico significado antropológico, como o valor catártico e purgante do excesso temporariamente admitido. O mundo às avessas. As pernas para o ar. A inspiração profunda que liberta para a aceitação das regras. </div><div align="justify">Agora vamos buscar os excessos industrializados e despidos de sentido, maquinais, repetitivos, banais.</div><div align="center"><br /><span style="font-size:130%;">Fugi.</span></div><div align="center"><span style="font-size:130%;">Interrompi-me.</span></div><div align="center">Larguei amarras em busca de outros excessos.</div><div align="center"> </div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvJ6fk5wvF391UvqIaALxh1jTy_C0XmsI9M8mH1FpcduJvANm_9GfLUjk3KWH5X0v5pMdHoZFGCu_7zCvEEdYZMi4g4FF2_-Ta_KA-cw0FvhJdjxt_l6e6rLAADUjX2FBbTiVGFjqlVUw/s1600-h/DSCF4613.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307132699927757362" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhvJ6fk5wvF391UvqIaALxh1jTy_C0XmsI9M8mH1FpcduJvANm_9GfLUjk3KWH5X0v5pMdHoZFGCu_7zCvEEdYZMi4g4FF2_-Ta_KA-cw0FvhJdjxt_l6e6rLAADUjX2FBbTiVGFjqlVUw/s400/DSCF4613.JPG" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-size:130%;">Excesso de distância.</span></div><br /><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje_s4C6fGt5YHU_5zZ6jrnwREvjtLwO2HTzTkFdIJKBUN-enKh77b7Tn8A7W3PJmWGCQ2GoKb4dO7wVemqIBkyw69yRDHeyFObgaFbUMJgYJBbAwHYHdvXsstQJRhEloY6_uhMFQVUzrU/s1600-h/DSCF4614.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307132372763465842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEje_s4C6fGt5YHU_5zZ6jrnwREvjtLwO2HTzTkFdIJKBUN-enKh77b7Tn8A7W3PJmWGCQ2GoKb4dO7wVemqIBkyw69yRDHeyFObgaFbUMJgYJBbAwHYHdvXsstQJRhEloY6_uhMFQVUzrU/s400/DSCF4614.JPG" border="0" /></a><span style="font-size:130%;"> Excesso de vento.</span><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhba4rcYDVlYv0AUjF0IqqfxU7xoYPYODEBh3dJue04mgHmTOEjIHT0EtIEToMj9dXbviZ5AWczmmvnJN3n1KfEjxlcGHZYeOha8bSz1SAjjndOVzu01CkH6pmtoQanzqGUAjm9mSydOzM/s1600-h/DSCF4615.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307131989359978546" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhba4rcYDVlYv0AUjF0IqqfxU7xoYPYODEBh3dJue04mgHmTOEjIHT0EtIEToMj9dXbviZ5AWczmmvnJN3n1KfEjxlcGHZYeOha8bSz1SAjjndOVzu01CkH6pmtoQanzqGUAjm9mSydOzM/s400/DSCF4615.JPG" border="0" /></a><span style="font-size:130%;">Excesso de voo.<br /></span><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrMe_L6R4Uwuy1d5fPuRbVnRU1qS1Cy4N8zHk8fmLThNYUNOnm7M-GwuaGdT2ZtL9Z1e2P79_8yKxrZs7C5w7FgtucPKFHkFumFgpUfLxaL-OIMHzAI_gnhlqqDcYshiyiE9Mm-rfiOxc/s1600-h/DSCF4616.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307131576983610658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrMe_L6R4Uwuy1d5fPuRbVnRU1qS1Cy4N8zHk8fmLThNYUNOnm7M-GwuaGdT2ZtL9Z1e2P79_8yKxrZs7C5w7FgtucPKFHkFumFgpUfLxaL-OIMHzAI_gnhlqqDcYshiyiE9Mm-rfiOxc/s400/DSCF4616.JPG" border="0" /></a><br /><span style="font-size:130%;">Excesso de horizonte.</span><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL5cv41I0XU0RmJ02XqXjFdpqBY3dq2fF4xDPrs80linhSKnIM-0asMFg8jS3YUGJXElkK6zZEx437ytgf0WGjB9L7P3tZC_Uod4LafV0G0zY-syhjC0gBSjhqc1DteSH-jPX1CzL1SgQ/s1600-h/DSCF4626.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307131080444971474" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiL5cv41I0XU0RmJ02XqXjFdpqBY3dq2fF4xDPrs80linhSKnIM-0asMFg8jS3YUGJXElkK6zZEx437ytgf0WGjB9L7P3tZC_Uod4LafV0G0zY-syhjC0gBSjhqc1DteSH-jPX1CzL1SgQ/s400/DSCF4626.JPG" border="0" /></a><br /><span style="font-size:130%;">Excesso de luz.</span><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVIb-ZNpImI-o_5OEW7gxEjcfjx5f3CTcsOWi5NMlPaEShIb4L3FCWCC5z4mxOexcnGMNHJ-7RWzE8-93Feo4d_ZN_Tfq5zkoFcTxeNcxkMHG_qUqhHLDUr_qzSTuXTlh96mhlJQKUTxA/s1600-h/DSCF4632.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307130561911864370" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiVIb-ZNpImI-o_5OEW7gxEjcfjx5f3CTcsOWi5NMlPaEShIb4L3FCWCC5z4mxOexcnGMNHJ-7RWzE8-93Feo4d_ZN_Tfq5zkoFcTxeNcxkMHG_qUqhHLDUr_qzSTuXTlh96mhlJQKUTxA/s400/DSCF4632.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQwqiViP4tzoIh0vdcLboSwRiri9BvIrKVKIXtrdji2RLRq8tZqPkt691TifkxUjAJtQYqi3e68IrVbHEFzXoOonJcevP0MJ6JjCBypLRuXwf0Bp6xBKUgTzFSUlei2zRQsKyCPg_z_ik/s1600-h/DSCF4640.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307130149091778082" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhQwqiViP4tzoIh0vdcLboSwRiri9BvIrKVKIXtrdji2RLRq8tZqPkt691TifkxUjAJtQYqi3e68IrVbHEFzXoOonJcevP0MJ6JjCBypLRuXwf0Bp6xBKUgTzFSUlei2zRQsKyCPg_z_ik/s400/DSCF4640.JPG" border="0" /></a>Excesso de água.<br /><div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwtVCTcc5zdfc8-rn-3NISm76RhlHuZ9zt6D40BWxJHWirT72tvweWh-goNjR6LlyQ_kmCiopCZy_mFV9gFt-66aD5e-mM_fxCO74BlwcnF5zmOwhczzanyX7ie2GqdPI_aFLagml8LMw/s1600-h/DSCF4644.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307129314099419522" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwtVCTcc5zdfc8-rn-3NISm76RhlHuZ9zt6D40BWxJHWirT72tvweWh-goNjR6LlyQ_kmCiopCZy_mFV9gFt-66aD5e-mM_fxCO74BlwcnF5zmOwhczzanyX7ie2GqdPI_aFLagml8LMw/s400/DSCF4644.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUEkGobPDg0KGYO-4A4WnHnucbIoijTT9Oon98uac1Ic_5GqSqjkfnjquyv42tBaiZypvQV9-rshL8S-xn2Wm5HLNXeYNhKZl_1mtaiGR2fBEJoC_yW7QniE7vZ_mV6NelwyKOs2z5zLI/s1600-h/DSCF4646.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307128952248142050" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUEkGobPDg0KGYO-4A4WnHnucbIoijTT9Oon98uac1Ic_5GqSqjkfnjquyv42tBaiZypvQV9-rshL8S-xn2Wm5HLNXeYNhKZl_1mtaiGR2fBEJoC_yW7QniE7vZ_mV6NelwyKOs2z5zLI/s400/DSCF4646.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigag5efApneKy0ocg2ryqjtJwxHJ6WTc68TSmPNryZnhe_vasHmHyLROJfrxl_azarPa1qs-r3P9FUUwRc0UbntzFZI51Bim4n4ys8-NwqA2e_szGwzmkhq5CzqdUow9FSPIOrFecV3Ig/s1600-h/DSCF4647.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307128475859018658" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigag5efApneKy0ocg2ryqjtJwxHJ6WTc68TSmPNryZnhe_vasHmHyLROJfrxl_azarPa1qs-r3P9FUUwRc0UbntzFZI51Bim4n4ys8-NwqA2e_szGwzmkhq5CzqdUow9FSPIOrFecV3Ig/s400/DSCF4647.JPG" border="0" /></a> <span style="font-size:130%;">Excesso de alma.</span></div><div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixpBTtOGGIacf7xfi0IBBC8beZw-qumUY-18I6vDzO1sTJiFudk3MzVtZGv0gqDNk_HSvXyH0ZC0f0a0g0XZTzJoqEAJjetHdqrMTDftaBQW0OWSgRNdnTY8ZvXOYP8-RPkraurhK4At8/s1600-h/DSCF4679.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307127979048934898" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEixpBTtOGGIacf7xfi0IBBC8beZw-qumUY-18I6vDzO1sTJiFudk3MzVtZGv0gqDNk_HSvXyH0ZC0f0a0g0XZTzJoqEAJjetHdqrMTDftaBQW0OWSgRNdnTY8ZvXOYP8-RPkraurhK4At8/s400/DSCF4679.JPG" border="0" /></a><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitPx02ehhj7ypfAGBzOfcHy_NSQb1lOpGWclMJi9g1lO8z4Ncf84p1i01Ed02ymkkk2hDiGuxkZwNeQN4wJ5RPKArUTujdh4QAtw54fGwkCiZ_Kf94fU4MXDC3mnfDic2SIwYaOjeX9AQ/s1600-h/DSCF4680.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5307127565515153362" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitPx02ehhj7ypfAGBzOfcHy_NSQb1lOpGWclMJi9g1lO8z4Ncf84p1i01Ed02ymkkk2hDiGuxkZwNeQN4wJ5RPKArUTujdh4QAtw54fGwkCiZ_Kf94fU4MXDC3mnfDic2SIwYaOjeX9AQ/s400/DSCF4680.JPG" border="0" /></a> <div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-83155593511687390912009-01-27T21:37:00.008+00:002009-01-27T21:53:15.369+00:00A Partilha<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ZjupyL_o2fGiOp0LycN1gbeBF93Tp15c0aqqO-0w5dxrhSG8BVUWE9Cp6HJP481gYvSpGFfJ_FNwv5NfQXwGHxp6gBkbZoXQT9wGokvOgEeHDeYYVtR2HY9ujrtQYMvL5HISLZf0n-c/s1600-h/8-ii.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296093885695985986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 269px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh1ZjupyL_o2fGiOp0LycN1gbeBF93Tp15c0aqqO-0w5dxrhSG8BVUWE9Cp6HJP481gYvSpGFfJ_FNwv5NfQXwGHxp6gBkbZoXQT9wGokvOgEeHDeYYVtR2HY9ujrtQYMvL5HISLZf0n-c/s400/8-ii.bmp" border="0" /></a><br /><div></div><div align="justify">Desde que nos tornámos nautas do ciberespaço e que decidimos comunicar-nos com o mundo perfilhando um username com o qual podemos ser chamados por correio electrónico que nos habituámos a odiar o spam. Felizmente que a maior parte dos servidores já faz o favor de no-lo filtrar, tirando-o da nossa vista e poupando-nos algumas irritações.</div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpXtSpxn25H9eXMktASF8e7dWdQ9PmVSDBqWIg1T5KVZfKtxS_6Cd_w3cuavD3oJj9dOlrlJLpLiGzSnGuGnLkDCjyv1oiy5bBXLVlsg3xGl28SgTUyLgImYVjI32lA1CFZl6LphoD6eI/s1600-h/7-i.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296093208017854114" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 360px; CURSOR: hand; HEIGHT: 308px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjpXtSpxn25H9eXMktASF8e7dWdQ9PmVSDBqWIg1T5KVZfKtxS_6Cd_w3cuavD3oJj9dOlrlJLpLiGzSnGuGnLkDCjyv1oiy5bBXLVlsg3xGl28SgTUyLgImYVjI32lA1CFZl6LphoD6eI/s400/7-i.bmp" border="0" /></a> <div align="justify">Mas, pela parte que me toca, acho que o sistema está longe de ser perfeito porque ainda não consegue poupar-nos ao spam dos estados de alma dos amigos. Todos os dias, quando abro o correio, perco algum tempo a apagar sem ler mensagens reencaminhadas por eles.</div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_mMNOWAkMbWVWMJkMB9dyBGM1wmfR9_y2TSyUOjZ5t8vYeP9CTmRA9YEoRjdKTsWesgHlkhFk9hGqL4vcujhOjICX-LXaKx4qKpoVTtYr_bnO9wYI_ByRZOXXkp3VoBGDunetp3dJuu4/s1600-h/6-.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296092941512289314" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 325px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg_mMNOWAkMbWVWMJkMB9dyBGM1wmfR9_y2TSyUOjZ5t8vYeP9CTmRA9YEoRjdKTsWesgHlkhFk9hGqL4vcujhOjICX-LXaKx4qKpoVTtYr_bnO9wYI_ByRZOXXkp3VoBGDunetp3dJuu4/s400/6-.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify">A R., amiga de longa data, é uma adepta dos jornais on line e deve passar algumas horas por dia a consultá-los. Do que por lá encontra, envia-me todas as notícias sobre novas descobertas na área da saúde dos pequenos problemas. Se eu me desse ao trabalho de as ler, teria ficado informada, nos últimos meses, sobre técnicas inovadoras para desencravar unhas com laser, sobre o modo mais eficaz de tratar verrugas substituindo pomadas pelo muito mais barato WCPato, e sobre o nome da proteína cuja falta nos faz não gostar de hortaliças cor-de-laranja.</div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuyvXCQlPKO6QJzG6QjKmsG7mSG3aW8aj7wU3xD_-Rr0PTZI79IC-rBKTySokNcPcQ08rYN4-3avrvQ5nCOBVR-hpQQOlzXKe9fROSdr_Hon9s_hWH9sCWppg7mdKuVsPDObGzq8k3suM/s1600-h/5-.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296092593731757250" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 215px; CURSOR: hand; HEIGHT: 233px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhuyvXCQlPKO6QJzG6QjKmsG7mSG3aW8aj7wU3xD_-Rr0PTZI79IC-rBKTySokNcPcQ08rYN4-3avrvQ5nCOBVR-hpQQOlzXKe9fROSdr_Hon9s_hWH9sCWppg7mdKuVsPDObGzq8k3suM/s400/5-.jpg" border="0" /></a> <div align="justify">Mas aqui eu tive alguma culpa, confesso. Há um ano atrás, a R. andava preocupada com a fome no Terceiro Mundo. Farta de ser confrontada com fotografias de crianças africanas de barriga inchada e olhos esbugalhados a fitar-me cada vez que abria o correio, sugeri-lhe delicadamente que libertasse o espírito dos males da humanidade que não está na sua mão curar e que se preocupasse mais com as soluções simples do dia a dia (a R. chega atrasada a todo o lado, engana-se na estação de metro onde deve sair e não há semana em que não perca alguma coisa importante, como por exemplo as chaves de casa).</div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGnnLLHF-3b-q-zsfPtaWZs-jEgU_wQH3icQpJe2GOXaV0pxPZOvNoNIk6l0lewHoixTiobB5AEGpZL4n8G9901uvY3muka7nWlZrvVIHIR8oNOeKiZMG-eTpeFjMuhUlMqlax9gOYvRM/s1600-h/4-.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296092356073297986" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 199px; CURSOR: hand; HEIGHT: 200px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiGnnLLHF-3b-q-zsfPtaWZs-jEgU_wQH3icQpJe2GOXaV0pxPZOvNoNIk6l0lewHoixTiobB5AEGpZL4n8G9901uvY3muka7nWlZrvVIHIR8oNOeKiZMG-eTpeFjMuhUlMqlax9gOYvRM/s400/4-.bmp" border="0" /></a> <div align="justify">Depois temos a M., que viveu gloriosos momentos épicos empunhando cartazes nas recentes manifestações contra Maria de Lourdes Rodrigues e que reza o “Perdoa-me, Pai, porque pequei” sempre que se lembra de que um dia votou Sócrates. Já me reencaminhou 123 mensagens com caricaturas da Senhora (numa das quais fazia de bobo da corte socrática), mais 98 mensagens com anetodas que sugerem que Sócrates mais não é do que o nosso Bush. Já tentei explicar-lhe que as anedotas são pueris e que não me fazem rir mas não adiantou. Cada vez que clica no Send para reencaminhar mais uma, eriçam-se-lhe os pêlos dos braços de puro gozo.</div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqGlIoo-9OYwqNerqBa44Sgy_GTZldMj28_IfHVvP6Bks7c0EznPqqXUfLrMdMrtG77fHExbUipuPhaLszr1n1mVI-AlZStHmlt9zqs7_E4j03qF_45vc_9M7csmYilgAmjiNQNQ9SU_E/s1600-h/3-.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296092042752123570" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 180px; CURSOR: hand; HEIGHT: 164px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqGlIoo-9OYwqNerqBa44Sgy_GTZldMj28_IfHVvP6Bks7c0EznPqqXUfLrMdMrtG77fHExbUipuPhaLszr1n1mVI-AlZStHmlt9zqs7_E4j03qF_45vc_9M7csmYilgAmjiNQNQ9SU_E/s400/3-.jpg" border="0" /></a> <div align="justify">Por fim, temos o F.. Está em crise conjugal, a mulher queixa-se de que ele não lhe deu o devido valor, nem apoio, nem companhia, nem prazer, nem nada e pediu o divórcio. Ofereci-lhe, é claro, o meu ombro amigo para desabafar as mágoas. Mas como os homens não gostam de que os vejamos em momentos de fragilidade e culpa assumidas, opta antes por enviar-me todos os dias daquelas apresentações em powerpoint de auto-ajuda: música de flauta em fundo, sequências de campos de flores ou rios correndos por entre montanhas e texto brasileiro cheio de erros de sintaxe dizendo que todos os dias devemos declarar que amamos os que amamos e que o trabalho nos distrai do que é realmente importante e que não adiemos estender a mão ou fazer uma festa agora, neste preciso momento, antes que seja tarde.<br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsRb0Twh95J1gCz5g-FHUXREvf2zA5xHPd5RdgHexqw5VB1s8kLHbEGkyTc1TaklFsI_fcYPtWgs1OkAAWp8rDs-nvLKok-kSzfKbriTOfx6HL1i7bWuDluPqkZn40S-BiNVgaTsZQlRM/s1600-h/2-ii.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296091704016387602" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 301px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgsRb0Twh95J1gCz5g-FHUXREvf2zA5xHPd5RdgHexqw5VB1s8kLHbEGkyTc1TaklFsI_fcYPtWgs1OkAAWp8rDs-nvLKok-kSzfKbriTOfx6HL1i7bWuDluPqkZn40S-BiNVgaTsZQlRM/s400/2-ii.bmp" border="0" /></a><br /><div align="justify">Bom... os amigos, suponho, são para isto mesmo, não é verdade? Para partilhar as dores e as preocupações. E para pacientemente apagar mensagens umas atrás das outras, mesmo que no meio da operação quotidiana se elimine por engano aquela mensagem mesmo importante de que estávamos à espera há três dias. </div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI4GFQbm4epIbIca7HnMQ-t5YuFLe-IM0tXpLYhti-wodQ5IZJwsksHZ-HZoTC7SGZn1eHTkTmRVXcLmEgnQPPvqTkQjPuYQW6ChwcDn2XukVbrLr9zcKlM6QgSbaJZEnRqA6cD6PhpSY/s1600-h/1-.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5296091206355296466" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 270px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgI4GFQbm4epIbIca7HnMQ-t5YuFLe-IM0tXpLYhti-wodQ5IZJwsksHZ-HZoTC7SGZn1eHTkTmRVXcLmEgnQPPvqTkQjPuYQW6ChwcDn2XukVbrLr9zcKlM6QgSbaJZEnRqA6cD6PhpSY/s400/1-.bmp" border="0" /></a> <div> </div><div> </div></div></div></div></div></div></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-40873498430077771572009-01-12T22:59:00.011+00:002009-01-14T00:20:28.129+00:00Back to AfricaNunca gostei de frio. Sou uma alma de paisagens quentes com som de ondas ao fundo e estes dias gelados que nos têm perseguido produzem em mim o efeito de fuga.<br />Embrulho-me em cachecóis e recolho-me às lembranças de onde não havia frio. Lá longe na infância africana.<br />Quando os caranguejos ousavam fazer corridinhas pela beira da água, na Baía Fernão Veloso.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Jb04ZV6NhJC7g4L1nxye9cmNGfma1YPhK218jT64BW3pJjNtEEhTAjgxHBp7HvfsE7vIU6V0peOqVMxdKKRzCFolsZw2tu3Bu5MRtlj4fKY-RYe7uAIx9AVNGlJsY-tLbD81Ygw_ii4/s1600-h/Nacala.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290548408165368002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg7Jb04ZV6NhJC7g4L1nxye9cmNGfma1YPhK218jT64BW3pJjNtEEhTAjgxHBp7HvfsE7vIU6V0peOqVMxdKKRzCFolsZw2tu3Bu5MRtlj4fKY-RYe7uAIx9AVNGlJsY-tLbD81Ygw_ii4/s400/Nacala.bmp" border="0" /></a><br />Era a minha praia preferida e, nesses tempos, as distâncias eram muito grandes mas venciam-se com facilidade. Duzentos quilómetros de avião (um pequeno Dakota enfeitado com cortinas de flores às pintinhas) e podia-se chegar ao mar aí pelas sete da manhã (o sol nascia às cinco).<br />Parecia que ele, o mar, estava lá só porque lhe tínhamos mandado dizer que íamos, tão perfeito era, tão incapaz de nos desiludir, como um dedo divino pousado sobre as nossas pálpebras.<br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8YbPMLP81iUfVRc5rl2CjnzyiRSb_2WRi04r9dZGxrtTRmh-8Eijhv59kV8PcqkZL6OKQLs1bDA-hol3h_b5BJVLSpFxGfCmbBodaFA5RLV4RrIDnmm32l3EdDZHo4ZZZ5MCgeUKQ9BQ/s1600-h/Nacala-2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290548233407717138" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 266px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh8YbPMLP81iUfVRc5rl2CjnzyiRSb_2WRi04r9dZGxrtTRmh-8Eijhv59kV8PcqkZL6OKQLs1bDA-hol3h_b5BJVLSpFxGfCmbBodaFA5RLV4RrIDnmm32l3EdDZHo4ZZZ5MCgeUKQ9BQ/s400/Nacala-2.bmp" border="0" /></a> A cidade ficava no interior, de prédios baixos e largas avenidas traçadas a régua e esquadro, como acontece sempre com as cidades novas, construídas de raíz para responderem a necessidades inesperadas. Era uma cidade quente, familiar e ajardinada. Dizem-me que agora já não é tanto, parece que não há muito ânimo para a paciência namoradeira que os jardins exigem.<br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNQdpbcbmfv85hsDOjGfld983Rme_6FltEIpmR3_PaseeRlXFQef_1uN5L4UjJ2cfWZLlj_UDHw4-Cay8bCVuv66W5pB_abgNWFcspHypnPrBoMQrYbTIyCSS2qE6aqD5noutaqrBuRw8/s1600-h/Nampula.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290547993529789794" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNQdpbcbmfv85hsDOjGfld983Rme_6FltEIpmR3_PaseeRlXFQef_1uN5L4UjJ2cfWZLlj_UDHw4-Cay8bCVuv66W5pB_abgNWFcspHypnPrBoMQrYbTIyCSS2qE6aqD5noutaqrBuRw8/s400/Nampula.jpg" border="0" /></a><br />Era a terceira cidade. Ao domingo, na feira do pau-preto, vendiam-se por uma "quinhenta" (cinco tostões) caixas, caixinhas, esculturas e cestas.<br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm9w4BYAO_XUmn8YJhX1f4Afa7SaXPyMFu8_9aDq77ISQsLXt91mx7fTYT0bVIde8rnQiC_s8bPrwbc6yVu0cuX6cB7dKRUcTFoniXx9EHehyzJEFivJlDqu5TBXzQ5O8q_B5j8t8tfmY/s1600-h/Manpula-paupetro.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290547772308007266" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjm9w4BYAO_XUmn8YJhX1f4Afa7SaXPyMFu8_9aDq77ISQsLXt91mx7fTYT0bVIde8rnQiC_s8bPrwbc6yVu0cuX6cB7dKRUcTFoniXx9EHehyzJEFivJlDqu5TBXzQ5O8q_B5j8t8tfmY/s400/Manpula-paupetro.bmp" border="0" /></a><br />No horizonte recortava-se a Cabeça-do-Velho, aquela montanha azul ao fundo que se via de todas as janelas.<br /><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimPWNPCqpOUeiaFxsq2hOJniKWrQyh5BPR9KNdOEeMGnW2i6oPAkVy-0_DtVjX_3V9XrJNn_zz7R4YDnUa1bq3ntTRGU-V-CIn2qNipD95Ejb_BD8zL-Puy0lY62NE7VWhqqKox8Y3vzY/s1600-h/Nampula-cabe%C3%A7a+do+velho.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290547573429240786" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEimPWNPCqpOUeiaFxsq2hOJniKWrQyh5BPR9KNdOEeMGnW2i6oPAkVy-0_DtVjX_3V9XrJNn_zz7R4YDnUa1bq3ntTRGU-V-CIn2qNipD95Ejb_BD8zL-Puy0lY62NE7VWhqqKox8Y3vzY/s400/Nampula-cabe%C3%A7a+do+velho.jpg" border="0" /></a></div><div> Antes tinha eu morado na segunda cidade. Se fechar os olhos, ainda consigo sentir o cheiro das acácias que bordavam os jardins da Ponta Gea. Também tive um, onde me perdia como se fosse uma floresta. Mas era porque eu era muito pequena então e tudo me parecia demasiado grande.<br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ885fd57V3euwgusbHbgwOVcpM_r2sn65H-fSjISCprW1qGBnuiJUgZ8bMdZVTj-m_i7tUhlbxEySGzmXAyku_AXo9zdTL5cuaYO8U42Y0bcCm0OennueKwBaU0M0t_CGVsCxNldWlyY/s1600-h/Beira-ac%C3%A1cia.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290547261515196786" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJ885fd57V3euwgusbHbgwOVcpM_r2sn65H-fSjISCprW1qGBnuiJUgZ8bMdZVTj-m_i7tUhlbxEySGzmXAyku_AXo9zdTL5cuaYO8U42Y0bcCm0OennueKwBaU0M0t_CGVsCxNldWlyY/s400/Beira-ac%C3%A1cia.bmp" border="0" /></a></div><div> </div><div> Às vezes viajava para a primeira cidade. Aquele ali, atrás da catedral, é o prédio Funchal, onde costumava ficar, algures numa daquelas janelas do sétimo andar. </div><div><br /> </div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdsk5KXTOyYTR-P5nRPvbzZevWaLx0SpIoXYhi_cV7cEPGrlWNh79DMgbQGARKXb2ZCbd_MOw4fM7oXDWDeacbhEMwkFmgXKMnuFumC-tYacc5IAHQJMmmWL9_0jL0PrcvnBxlN1pWxtg/s1600-h/Lour-Marques.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290547062927646290" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 291px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhdsk5KXTOyYTR-P5nRPvbzZevWaLx0SpIoXYhi_cV7cEPGrlWNh79DMgbQGARKXb2ZCbd_MOw4fM7oXDWDeacbhEMwkFmgXKMnuFumC-tYacc5IAHQJMmmWL9_0jL0PrcvnBxlN1pWxtg/s400/Lour-Marques.jpg" border="0" /></a></div><div> </div><div>Esta era uma cidade grande, a maior que eu conhecia nesses tempos, muito diferente da pequena Lisboa, onde tudo me pareceu estreito e velho, quando cheguei.<br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL2l9VMqGRX_xWtjXOHdFtNLKANRfUs4m_Sigt5cjgcEWCQtiwnDtwOyc6DX-A2FCzJxnDO237GlGcb6fQTmROf6PKu8YtCAKyykbr5hObQgmDvrdMGc5tH-lCjkGFTVvKfZUElWCnMAk/s1600-h/Louren%C3%A7o-Marques.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290546897267324146" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL2l9VMqGRX_xWtjXOHdFtNLKANRfUs4m_Sigt5cjgcEWCQtiwnDtwOyc6DX-A2FCzJxnDO237GlGcb6fQTmROf6PKu8YtCAKyykbr5hObQgmDvrdMGc5tH-lCjkGFTVvKfZUElWCnMAk/s400/Louren%C3%A7o-Marques.jpg" border="0" /></a></div><div> </div><div>Mas o sítio mais bonito de todos era a Ilha.<br /></div><div><br /> </div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr48khPf5K6iXy_Ld2qWzOs-N-XaUP_7JQ-UP4MsT8OOegiOq3fqsezehSdJBxsWPQ4V-Wrq6xZOWwQUSO2uKSnQEuRIcs97DrbVxAIrTFsCVm-Tar0lBXmkAUDtodDUzfZmNJJ3JrMnU/s1600-h/Ilha-M.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290546574109284930" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 281px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjr48khPf5K6iXy_Ld2qWzOs-N-XaUP_7JQ-UP4MsT8OOegiOq3fqsezehSdJBxsWPQ4V-Wrq6xZOWwQUSO2uKSnQEuRIcs97DrbVxAIrTFsCVm-Tar0lBXmkAUDtodDUzfZmNJJ3JrMnU/s400/Ilha-M.bmp" border="0" /></a></div><div> </div><div> De antigas casas portuguesas inesperadamente acomodadas em ruas tropicais.</div><div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP7N6KMXSg3THXiy9cXC4c4Ak_ujeIoX7EmNZ2UHfnIJW_iNB0vZFq2lAxm-OgSKVSTGkhDIXqoqkFuZEUKFIAxlV_8Cecok3khpUa5hj33k4JkOwae3cwQAGnMRBVgp2vknKE6LslVwk/s1600-h/Ilha-2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290546291513361538" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiP7N6KMXSg3THXiy9cXC4c4Ak_ujeIoX7EmNZ2UHfnIJW_iNB0vZFq2lAxm-OgSKVSTGkhDIXqoqkFuZEUKFIAxlV_8Cecok3khpUa5hj33k4JkOwae3cwQAGnMRBVgp2vknKE6LslVwk/s400/Ilha-2.bmp" border="0" /></a><br />E de candeeiros de esquina indiferentes ao sol, como se ali tivesse pousado um eterno Gama acabado de chegar do Bairro Alto.<br /></div><div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijJu5ZUrN_OY64EKCYSut6Qz-ZvqMY2vpnWWM8D0jiHyrIzp6CvQBSntvEXFQKyq__UhQoc8c5Ng_c7ccKNZz6YmFGFBt7yXa96H-8SAt0mz-JlGRThvkTzdsYMf07uJln2ZWk1nBxi-s/s1600-h/Ilha-3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5290546015216258034" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijJu5ZUrN_OY64EKCYSut6Qz-ZvqMY2vpnWWM8D0jiHyrIzp6CvQBSntvEXFQKyq__UhQoc8c5Ng_c7ccKNZz6YmFGFBt7yXa96H-8SAt0mz-JlGRThvkTzdsYMf07uJln2ZWk1nBxi-s/s400/Ilha-3.jpg" border="0" /></a> <div></div></div></div></div></div></div></div></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-43495366277563965652009-01-04T20:10:00.008+00:002009-01-05T14:27:27.863+00:00Uma pedra politicamente incorrecta...<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPvjEhXJJfgQrrpRRxEe3r9ZInmZPdIi8cnPm5wXpgo06QikAZFKqoNPTAkXBqnTLRu16Gd45JSszNz_igq6oyqJqKTdybX6Vmvj-Ko3uekUdC1OedRVC92dqFnvgssKGV8dm76_rS1J4/s1600-h/pedras-4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5287534674307283890" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 269px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiPvjEhXJJfgQrrpRRxEe3r9ZInmZPdIi8cnPm5wXpgo06QikAZFKqoNPTAkXBqnTLRu16Gd45JSszNz_igq6oyqJqKTdybX6Vmvj-Ko3uekUdC1OedRVC92dqFnvgssKGV8dm76_rS1J4/s400/pedras-4.jpg" border="0" /></a>Desde que me conheço que me conheço pacifista. Vi de muito perto a guerra, conheço muito bem os guerreiros e nunca lhes vi senão sangue na espada, e o gosto do sangue e um olhar que atravessa a carne e o espírito em busca duma glória ferrugenta e baça. Nos últimos dias, sempre que ligo a televisão vejo um carrocel de cidades ocidentais onde multidões se manifestam contra a ofensiva hebraica sobre a faixa de Gaza. Os jornalistas vão enumerando as cidades e o número estimado de manifestantes. Não fazem comentários adicionais porque os jornalistas têm medo de serem acusados de muitas coisas que na Escola Superior de Comunicação Social lhes disseram que não podiam ser. Se não olharmos para as imagens, ficamos, portanto, com a ideia de que as populações anónimas, os cidadãos comuns (os políticos são outra raça, que joga o seu próprio jogo) de todo o ocidente democrático e cristão condenam a atitude bélica dos israelitas. Mas se olharmos para o écran não podemos deixar de notar que todos os manifestantes usam véu ou lenço islâmico e que as feições não são nada ocidentais. É evidente que os emigrantes islâmicos espalhados pela Europa têm todo o direito de se manifestar contra uma ofensiva militar contra o seu irmão palestiniano. Deus me livre de os censurar por isso! </div><div align="justify">Oiço dizer que o objectivo dos israelitas é destruir as estruturas militares que têm servido de base para o lançamento de mísseis palestinianos sobre Israel. E pergunto-me: porque não vi noticiado na televisão cada míssil que os palestinianos lançaram sobre Israel? Porque não vi, então, manifestações dos judeus espalhados por todo o ocidente contra os ataques militares dos seus irmãos israelitas? Pergunto-me também, a mim que sou pacifista, o que faria eu se o meu vizinho do lado todos os dias me atirasse pedras pela janela da sala e soubesse que a polícia não consegue fazê-lo parar com isso? Sim, o que faria eu? Talvez pensasse em quem terá atirado a primeira pedra.<br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1V-lf91htowzb4-HGTvW0dhkZEcnEhMf9YvPIfQ8cot3tRNh4gTpcb3PpLExlUjm3xL4fD0KwrGAV5uWvuEM-zSLXD_CdvDUWdyxCIHlUwTaSV18retrKlyysRjDIxq8a8dsgtkX9KyY/s1600-h/pedras-3.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5287534513398583858" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 390px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj1V-lf91htowzb4-HGTvW0dhkZEcnEhMf9YvPIfQ8cot3tRNh4gTpcb3PpLExlUjm3xL4fD0KwrGAV5uWvuEM-zSLXD_CdvDUWdyxCIHlUwTaSV18retrKlyysRjDIxq8a8dsgtkX9KyY/s400/pedras-3.bmp" border="0" /></a> E lá ia eu pela Antiguidade fora até ao quarto milénio antes de Cristo, quando a Palestina não era habitada nem por árabes nem por hebreus. Os donos da terra, seus primeiros habitantes, eram os cananeus, toda a gente sabe. Não que fossem muito diferentes, eram semitas como os árabes e os hebreus. Mas extinguiram-se depois da conquista da Palestina pelos hebreus. Já cá não estão para reivindicar nada e, se tivermos de procurar a primeira pedra, talvez ela seja a que serviu de fundação às primeiras casas dos reinos de Israel e depois à que começou a construção do templo de Salomão. A vida nunca lhes foi fácil. Foram dominados por assírios, caldeus, macedónios, egípcios e sírios. Os últimos foram os romanos e toda gente sabe como a história acabou: a destruição do Templo e a expulsão forçada dos judeus da terra que ocupavam há milhares anos, a sua Terra Prometida, rumo à diáspora, à existência envergonhada e perseguida no mundo dos cristãos que os marcaram para sempre com a culpa pela morte de Jesus. Com a terra aberta, foram chegando os árabes, que se instalaram. Salto por cima de muitos séculos, de bizantinos, turcos e cruzados. Durante a Primeira Guerra Mundial, o império britânico tentou captar as simpatias dos chefes árabes do Médio Oriente prometendo-lhes a independência em troca de ajuda na luta contra os turcos. Ao mesmo tempo, porém, os ingleses assinam a Declaração de Balfur, em que garantem aos judeus o seu regresso a casa: a criação de um estado hebraico na Palestina. Judeus de todo o mundo convergiram para a Palestina e começaram a juntar as pedras para a sua nova futura casa. No fim da Segunda Guerra, os Aliados estavam aborrecidos com os árabes, que tinham simpatizado demais com o Eixo, e estavam compungidos com o que se revelava do Holocausto. Ajudaram no que puderam os judeus a emigrarem para a Palestina e a edificarem o seu próprio país. Ficou combinado: em 1948 seriam criados dois estados autónomos, o da Palestina e o de Israel. Na data marcada, as tropas britânicas (que administravam o território) fizeram as malas e vieram-se embora. Os dois novos estados declararam ambos a sua independência e, para comemorar devidamente o evento, os países árabes desencadearam um ataque em massa contra Israel. Olha, será que encontrei a primeira pedra? É que depois disto nunca mais parou o «Bato-te porque tu me bateste!», vindo dos dois lados. </div><div align="justify"><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7X3wkw7oRUGobq_JEmb_ibxKYQnXSchE4p3VWdeTl-EUjRlKDeZ-wfUZX6AITHIyX6m3FyXsxsRTZgO-qatfC98eKQQhZhRm80JNUMwvDmOCMoUhGyUCt5GXzyyygnMqrgEEsN1DmNo/s1600-h/pedras-2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5287534373471474882" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 255px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjV7X3wkw7oRUGobq_JEmb_ibxKYQnXSchE4p3VWdeTl-EUjRlKDeZ-wfUZX6AITHIyX6m3FyXsxsRTZgO-qatfC98eKQQhZhRm80JNUMwvDmOCMoUhGyUCt5GXzyyygnMqrgEEsN1DmNo/s400/pedras-2.bmp" border="0" /></a><br />À partida, não gosto nem desgosto de nenhum povo em especial. Mas quando olho para o Médio Oriente, vejo um povo que construiu um país democrático e economicamente progressista das areias do deserto, sob a chuva de pedras do vizinho. E vejo outro povo que, apesar de ajudado por poderosos amigos árabes, imola os seus filhos sobre o altar das vítimas, monta o espectáculo da lamentação televisiva como se tivesse as mãos limpas e idolatra chefes corruptos cujas esposas e filhos vivem nos melhores hotéis de luxo do ocidente e se vestem de Chanel, como a senhora Arafat (paz à alma do seu corrupto marido!). </div><div align="justify">Não gosto de pedras que não deixam passar a luz, definitivamente não gosto. E não consigo deixar de pensar em todas estas coisas, sempre que assisto à abertura dos telejornais...<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizjdl9ZECyxMYAmLnSzLCRlA3_gQot1XsgD-CtIJrLWKZKXsa7Lh_juezKsz5-SU7X3iWhfKt9tjJT_lY4awhGxeI9D_jOdLTRKYDl42KTVoRHjhYzcR14Lv2BwogUUt6EcT5b_FFU6iA/s1600-h/pedra-1.png"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5287533610374019490" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 325px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEizjdl9ZECyxMYAmLnSzLCRlA3_gQot1XsgD-CtIJrLWKZKXsa7Lh_juezKsz5-SU7X3iWhfKt9tjJT_lY4awhGxeI9D_jOdLTRKYDl42KTVoRHjhYzcR14Lv2BwogUUt6EcT5b_FFU6iA/s400/pedra-1.png" border="0" /></a><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-21979907375529498162008-12-28T15:26:00.008+00:002008-12-28T15:58:01.194+00:00<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsmfCjb0BXda_t9AgpHrELNsk-VJW2_fiL8DEbyyLOB7sjr3gK8l7QSEpubXVJ6nT8_VEE8bVl8ROnE9jxmNfICpLhWRgyvwsVNdllo5mIVuy7DRB0wfVv9b3-b8QBobdHrAgA_vSNhg/s1600-h/tempo-6.gif"></a><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsmfCjb0BXda_t9AgpHrELNsk-VJW2_fiL8DEbyyLOB7sjr3gK8l7QSEpubXVJ6nT8_VEE8bVl8ROnE9jxmNfICpLhWRgyvwsVNdllo5mIVuy7DRB0wfVv9b3-b8QBobdHrAgA_vSNhg/s1600-h/tempo-6.gif"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284869028957024978" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhDsmfCjb0BXda_t9AgpHrELNsk-VJW2_fiL8DEbyyLOB7sjr3gK8l7QSEpubXVJ6nT8_VEE8bVl8ROnE9jxmNfICpLhWRgyvwsVNdllo5mIVuy7DRB0wfVv9b3-b8QBobdHrAgA_vSNhg/s400/tempo-6.gif" border="0" /></a><br />Há alturas em que celebramos a passagem do tempo, no esquecimento propositado de que o ano que passa nos conduz ao último a passar, aquele que nos conduzirá à outra passagem, para quem assim espera, ou a coisa nenhuma, para quem nada espera. </div><div align="justify"><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC6QvoF3rGYbCH5UPXxmGf5zTnPR1tL2zEH8ApHTyWuFT8rok2RBUjbP8EI3OghyphenhyphenehnMo2ebaPj91Y3rP5FF0egP5igNCptpYihqcy9mz0713_c-cuqaDkjyTmfuX_O6zulnG9Ht-NcKs/s1600-h/voucher-5.png"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284866855101745826" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 218px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgC6QvoF3rGYbCH5UPXxmGf5zTnPR1tL2zEH8ApHTyWuFT8rok2RBUjbP8EI3OghyphenhyphenehnMo2ebaPj91Y3rP5FF0egP5igNCptpYihqcy9mz0713_c-cuqaDkjyTmfuX_O6zulnG9Ht-NcKs/s400/voucher-5.png" border="0" /></a><br /><br />Quem nos olhar de outro planeta, com a objectividade que a estranheza permite, perguntará o que festejamos nós e porque nos rimos, entre abraços e foguetes, perante o facto inelutável de nos termos aproximado mais 12 meses do total de meses que nos são dados. <br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRHcqJ_fHAPQdPcg5tMSfoGjjyGr3wd2SD_IqOsS8cIOLF8wSfhCcDim1KeEvXA30KHbY-pxOKTMuomyQy2SBlnY-ALdTBC2V6zocFKA8kUvcJwbx4FFnbzdkG4FXBq-ztiJFfhABkjJY/s1600-h/estrelas-4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284866637847105394" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 400px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjRHcqJ_fHAPQdPcg5tMSfoGjjyGr3wd2SD_IqOsS8cIOLF8wSfhCcDim1KeEvXA30KHbY-pxOKTMuomyQy2SBlnY-ALdTBC2V6zocFKA8kUvcJwbx4FFnbzdkG4FXBq-ztiJFfhABkjJY/s400/estrelas-4.jpg" border="0" /></a> <div>Quando olhos para os adolescentes ‒ os que tenho em casa e os outros ‒ recordo como a vida naquela altura parece um daqueles pães que milagrosamente se multiplicam, apesar de se irem comendo com gosto. E se a ânfora do vinho também se renovar, à mesma medida do pão, então aproveite-se a boda, enquanto nos é dada a ilusão dos lábios molhados e dos dedos enfarinhados.<br /></div><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUzaQ6Qm9Rf8sXUOCreqVWUt9aIOhhkDIM3QHxXRhXSvVb9r3_bi26NfLgJNhDtdnJn3UIdcUx_TsUuOan-XqvH6-Rv1usfVYmv5SLYAWr3rdrLXt7t4QNx5L-GyrA8gwgqr2eIHtIUWk/s1600-h/c%C3%A3es+nadadores-3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284866087108311682" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 247px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjUzaQ6Qm9Rf8sXUOCreqVWUt9aIOhhkDIM3QHxXRhXSvVb9r3_bi26NfLgJNhDtdnJn3UIdcUx_TsUuOan-XqvH6-Rv1usfVYmv5SLYAWr3rdrLXt7t4QNx5L-GyrA8gwgqr2eIHtIUWk/s400/c%C3%A3es+nadadores-3.jpg" border="0" /></a><br /><div>Quando olho para os velhos ‒ os meus, que me dão a mão no sentido inverso ao que antes davam, e os outros, com as mãos mais vazias do que as dos meus ‒ e vejo os olhos que se aclaram por entre o cálice das rugas, pergunto-me como será olhar para o copo depois de bebido o licor quase até à última gota. </div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAMgiW3A_Urzjf3lsRMKipNV29NHk_fq01r9WMDag9agPfwlRiT2R6suMho0Y7E8WEhN5UhAYg6w_wjzd-ubuZ-VvfWaKjfNu_muIyCK0dePzu8Dq9yQpcoGBi6yIPsn0X3c2IV3Av-t0/s1600-h/velhos-2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284865198865943026" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 357px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiAMgiW3A_Urzjf3lsRMKipNV29NHk_fq01r9WMDag9agPfwlRiT2R6suMho0Y7E8WEhN5UhAYg6w_wjzd-ubuZ-VvfWaKjfNu_muIyCK0dePzu8Dq9yQpcoGBi6yIPsn0X3c2IV3Av-t0/s400/velhos-2.bmp" border="0" /></a> <div><div>Com a taça a meio, molho o dedo no champanhe e vejo-o filtrar a luz, em travos amargos e doces. Faço-me surda aos foguetes, com a sua perturbada explosão de flores efémeras. Sento-me na areia e espero a próxima maré cheia. </div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4HWiDVBa0-e_88uGxG2D4Jh46hK6y-Q1KEzRd8OunJewM_fMaHkUEf0NCtkWAZ3ROcBKwmCHA0sDIoFT-_38_-e9Qv0MZbxENShAT3Qi154LLI8FXkuodvH5ANSc68rMVrNZ2DIraAi0/s1600-h/mar%C3%A9+cheia-1.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5284863072198388226" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 300px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4HWiDVBa0-e_88uGxG2D4Jh46hK6y-Q1KEzRd8OunJewM_fMaHkUEf0NCtkWAZ3ROcBKwmCHA0sDIoFT-_38_-e9Qv0MZbxENShAT3Qi154LLI8FXkuodvH5ANSc68rMVrNZ2DIraAi0/s400/mar%C3%A9+cheia-1.bmp" border="0" /></a> <div></div></div></div></div></div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-10474216168959723172008-12-07T23:00:00.000+00:002008-12-07T23:00:23.923+00:00A insustentável leveza da fé<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKsyU-Oh7WiZkpY96RzvYa4xcyxhONNXc34DRrG7csghsbZc0U7L9rbJaSUNV9wULOI8mHfG-Cyb-egGPXVfBq4yvHG-h458CsqR_Ok1xD-rw0T1wEKYl2VJqlvvq0wOcGLE4v77wA710/s1600-h/DSCF2968.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5162796704990016994" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgKsyU-Oh7WiZkpY96RzvYa4xcyxhONNXc34DRrG7csghsbZc0U7L9rbJaSUNV9wULOI8mHfG-Cyb-egGPXVfBq4yvHG-h458CsqR_Ok1xD-rw0T1wEKYl2VJqlvvq0wOcGLE4v77wA710/s400/DSCF2968.JPG" border="0" /></a> Anita, sete anos:<br /><br /><br /><br />- Mãe, a Maria, lá na escola, disse-me que não é o Pai Natal que traz os presentes, que são os pais que os compram. Mas tu não me mentias, pois não?<br /><br /><br /><br />Mãe, veemente: - Claro que não, filha!<br /><br /><br /><br />Anita, confusa: - Mas então? A Maria disse que os presentes dela foram comprados pelos pais!<br /><br /><br /><br />Mãe, engenhosa: - Bem, é assim: o Pai Natal só traz presentes para os meninos que acreditam nele. Quando os meninos deixam de acreditar, os pais passam a comprar os presentes para os meninos não ficarem tristes por não os terem.<br /><br /><br /><br />Anita, esclarecida: - Aahh!...<br /><br /><br /><br />Momento de reflexão profunda. Depois:<br /><br /><br /><br />- Mãe, eu vou acreditar sempre no Pai Natal!<br /><br /><br /><br />Mãe, atrapalhada: - Ai sim, filha?...<br /><br /><br /><br />Anita, pragmática:<br /><br /><br /><br />- Claro, assim vamos ter sempre brinquedos de borla e tu poupas um dinheirão!<br /><br /><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZrI85T1GnePbTnEMzQHy4BhJhWV9kVjWE4j4Z0iKfIbuDf8akgGIfep6BiVCzx1Y7tMN-kx5E3KZZs5RKE4CAhgSdCriaZBVsjxHEEszAok1GIdVMbtHbdLzZsMdFC2NLtGpfKJiH9xM/s1600-h/DSCF2973.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5162796202478843346" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjZrI85T1GnePbTnEMzQHy4BhJhWV9kVjWE4j4Z0iKfIbuDf8akgGIfep6BiVCzx1Y7tMN-kx5E3KZZs5RKE4CAhgSdCriaZBVsjxHEEszAok1GIdVMbtHbdLzZsMdFC2NLtGpfKJiH9xM/s400/DSCF2973.JPG" border="0" /></a><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg9UH97UAIl1C5J2HLXabekJKWV5V1P3Tj7sVfpRFb9WwZ57zIbxxNi6kZczqDgC8BP5OGdidy7fhQfJrAv3l5HdGedXN66YUtKVjSSjhhJM9JEy6CfdsD1nuOJFjURJGFOQT-EtoHbGPo/s1600-h/DSCF2968.JPG"></a><br /><br /><br /><br /><div><span style="font-size:130%;color:#ccffff;"></span></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-28009311397336451872008-10-25T15:22:00.006+01:002008-10-25T15:32:48.925+01:00Outubro<div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;">O Outono à minha porta.</span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;"></span></div><div align="center"><span style="font-size:180%;color:#ffcc33;">Saudades dos rios.</span></div><span style="color:#ffcc33;"></span><br /><br /><br /><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIxT_gXCk9G0z-VPKIPGoyeIrVdYH21mj-tfR4XdmJg4aHGJtWYCG-R6K0RHTIR_zOzFIz2Xj0eTVUCEZAVonNqH2YUM0IJIvKhMOv0twE_hlJZ-OHW2nlmc6NWLa9CqJRfoiwk0jnDfs/s1600-h/DSCF2930.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5261098368325294770" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIxT_gXCk9G0z-VPKIPGoyeIrVdYH21mj-tfR4XdmJg4aHGJtWYCG-R6K0RHTIR_zOzFIz2Xj0eTVUCEZAVonNqH2YUM0IJIvKhMOv0twE_hlJZ-OHW2nlmc6NWLa9CqJRfoiwk0jnDfs/s400/DSCF2930.JPG" border="0" /></a><span style="font-size:180%;"> <span style="color:#ffcc33;">Lembranças dos espelhos.</span></span></div><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrsR4SFxkEL-8aSbAomIW-tJDhe4fqU76kjd3KMx_Z8LvKEjmLmMyOf_84wv5EpUq4h7alj_QgHUm9HRgIHB82ebqb-gHd8x00-wY-W1vUNTNhKjdiFmDl1eQZm0HqSaJP3dnV9zgq9B0/s1600-h/DSCF2949.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5261097942640013842" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjrsR4SFxkEL-8aSbAomIW-tJDhe4fqU76kjd3KMx_Z8LvKEjmLmMyOf_84wv5EpUq4h7alj_QgHUm9HRgIHB82ebqb-gHd8x00-wY-W1vUNTNhKjdiFmDl1eQZm0HqSaJP3dnV9zgq9B0/s400/DSCF2949.JPG" border="0" /></a><br /><div align="center"><span style="font-size:180%;"><span style="color:#ffcc33;">Nostalgia dos voos.</span><br /></span><br /></div><div align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4x0mAqfBGpFoZtYNLFG1pQXfyxHGy6aQvIUxxAb-yuV-i7RqV7iq-aaLKvn1MlFOnj_vGqzrb-NsULAvGnYLBZiND9K2S8naOZOGYqHwLm8rrvumSO_pniMHZpxLq2gLppO_8-ZCSL6k/s1600-h/DSCF2950.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5261097573743277666" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4x0mAqfBGpFoZtYNLFG1pQXfyxHGy6aQvIUxxAb-yuV-i7RqV7iq-aaLKvn1MlFOnj_vGqzrb-NsULAvGnYLBZiND9K2S8naOZOGYqHwLm8rrvumSO_pniMHZpxLq2gLppO_8-ZCSL6k/s400/DSCF2950.JPG" border="0" /></a><span style="color:#ffcc33;"><br /><span style="font-size:180%;">E dos horizontes mais largos.</span></span><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirXMOSKcTSZpCYJaTqVJJWNfVGUmyNVkJ-m5TJ47qzFAed6jzP6y1Y1SccDA8T3lmOmtBWAzDn0Q1pzjryZytjM7RN6srWzoC4pqsS0vs3PmYc0cSCG96Xc_k1SDh6CVaMn8kv-M9Mchk/s1600-h/DSCF2954.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5261097183488695090" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; WIDTH: 400px; CURSOR: hand; HEIGHT: 300px; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirXMOSKcTSZpCYJaTqVJJWNfVGUmyNVkJ-m5TJ47qzFAed6jzP6y1Y1SccDA8T3lmOmtBWAzDn0Q1pzjryZytjM7RN6srWzoC4pqsS0vs3PmYc0cSCG96Xc_k1SDh6CVaMn8kv-M9Mchk/s400/DSCF2954.JPG" border="0" /></a> </div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-67257685381572129232008-10-12T22:03:00.008+01:002008-10-13T11:57:19.596+01:00A CASA DE HÉRCULES. 6. OMAR.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitB6hlUx2s7EH14ToFDHgruljy6mAiGSsWmlGhENmWeO9hRWS8HaWCEtzJ3cx4-gKCjtFjZockmEhBbb7nm4MBUeNf65T5m8MOk2YOknWEu0rrLiKnNq3ZlYiKIw3h0jRmmEMA54ZJYV8/s1600-h/isl%C3%A3o-2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256379771163698642" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitB6hlUx2s7EH14ToFDHgruljy6mAiGSsWmlGhENmWeO9hRWS8HaWCEtzJ3cx4-gKCjtFjZockmEhBbb7nm4MBUeNf65T5m8MOk2YOknWEu0rrLiKnNq3ZlYiKIw3h0jRmmEMA54ZJYV8/s400/isl%C3%A3o-2.bmp" border="0" /></a> Omar abriu os olhos lentamente, primeiro sem se recordar de onde estava. Mas logo que olhou em volta não pôde fugir à memória do que aquele campo lhe mostrava. A erva já não era verde mas tinta do vermelho do sangue. As colinas ao longe escondiam-se sob os montes coloridos de corpos. As plumas dos elmos e o brilho feérico das armaduras compunham um desastroso quadro, de mistura com os panos claros dos seus companheiros caídos. O silêncio pesado que Alá fizera cair sobre todo o campo era cortado por vezes por gemidos difusos e pelo abafado estertor dos cavalos em agonia. Sobre as suas pernas, que ainda não movera, Omar viu caído um corpo sem cabeça. Libertou-se do peso morto e tentou pôr-se de pé. Nada lhe doía, embora sentisse um cansaço tão grande que cuidou que era a morte a puxá-lo devagarinho pelas pernas. Olhou em volta para avaliar a dimensão do festim que ela fizera nos campos de Guadalete. Teve forças para dar um passo atrás quando deparou com aqueles olhos abertos e fixos nos seus. A cabeça, cortada pelo pescoço, perdera o elmo e olhava-o de faces sujas de terra e boca pintada de sangue. Parecia lançar-lhe uma interrogação muda e aflita. Omar ajoelhou e teve vontade de chorar. Sem palavras, dirigiu a Alá os seus gestos de oração antes de fechar os olhos à cabeça. Não sabia bem que dizer na sua oração. Fora sempre um homem simples, que levava a vida por entre a incerteza da fome e do trabalho duro e deixara a sua casa e família para vir acorrer à batalha de Tarique, seu senhor. Levavam à Hispânia a palavra e a fé de Alá, sabia isso. E ali estavam todos aqueles cristãos mortos, juntamente com alguns dos seus irmãos muslims, esperando sob um silêncio de pedra a palavra e a fé de Alá. Devia portanto sentir-se feliz. Ou vitorioso, com o júbilo da glória conquistada. Porque não lhe dava então Alá essa alegria ? Começou a caminhar pelo campo, avançando com dificuldade por entre os destroços, evitando tropeçar nas mãos que se erguiam do chão como garras, enregeladas no último gesto antes da morte. De repente estacou. Alguma coisa no chão brilhava de forma diferente. Baixou-se para a apanhar. Era uma calçadura de veludo púrpura e o brilho vinha das muitas pedras que o bordavam a fio de ouro. Nunca Omar vira tantas pedras juntas na sua mão ! Quanto valeria aquela calçadura e que pé poderia tê-la possuído? Olhou em volta à procura do cadáver mas nenhum condizia com tal riqueza. Viu então a espora que se partira e, vendo-a bem, reconheceu nela gravadas as armas de Rodrigo, o Godo. Guardou o seu presente e continuou o caminho em busca do seu exército. Omar sorria. Agora sim, sabia porque o tinha Alá conduzido àquele campo de morte. Levava consigo, escondido debaixo das vestes, o futuro da sua família. Não mais passaria fome, não mais precisaria de trabalhar. Talvez até tomasse uma segunda esposa... e uma terceira... Alá é grande!<br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_NS7uPnZdaiwq8Kr6FT9qSXWHH1tIacGLXKSZA1rHPbvjdD0BDCNEu51yMJ6XKOMzwujUVitGwwelwapc8DQccV0y-cHJrCmEcps8zrDZpK31dmQkgEBsaXHgJwbJ8U3XU5nRCdI9fso/s1600-h/isl%C3%A3o-1.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256379566385547634" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_NS7uPnZdaiwq8Kr6FT9qSXWHH1tIacGLXKSZA1rHPbvjdD0BDCNEu51yMJ6XKOMzwujUVitGwwelwapc8DQccV0y-cHJrCmEcps8zrDZpK31dmQkgEBsaXHgJwbJ8U3XU5nRCdI9fso/s400/isl%C3%A3o-1.bmp" border="0" /></a><br /><br /><span style="color:#ffcc00;">- Padre Gil, porque estás a arrumar a pena? Ainda não acabámos esta história! </span><br /><span style="color:#ffcc00;"></span><br /><span style="color:#ffcc00;">- É verdade, Mohamed. Além naquelas tabuinhas está apontado o que contou aquele velho cavaleiro de Viseu. Chega-mas cá e ajuda-me, que já estou cansado e os meus olhos já não são o que eram. </span><br /><span style="color:#ffcc00;"></span><br /><span style="color:#ffcc00;">Mohamed levantou-se do banco e trouxe as tabuinhas de cera. </span><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIvTMS_iheqqB4TzZdMdU0AOfrg0SgO9bw9bw1OMjC8EN2A2KKw-j6CX3gdVNu2xwe5ZFILkc5wQU8FxBks0IvusU9iMysGTZS6sVTfIuTUNiZ9TbGO_cYLdAkdCUVmTxwC4JY8kXbm7o/s1600-h/tabuinhas+cera.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256378989322920002" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIvTMS_iheqqB4TzZdMdU0AOfrg0SgO9bw9bw1OMjC8EN2A2KKw-j6CX3gdVNu2xwe5ZFILkc5wQU8FxBks0IvusU9iMysGTZS6sVTfIuTUNiZ9TbGO_cYLdAkdCUVmTxwC4JY8kXbm7o/s400/tabuinhas+cera.jpg" border="0" /></a> <span style="color:#ffcc00;">- Este cavaleiro... pensas que é verdade o que contou? </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- Porque não seria ? – disse Gil Peres afiando o aparo da sua pena de ganso - Deus, que dá os dons, também sabe dar os castigos. </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- Mas este castigo... Viver durante sete anos numa cova com uma serpente para cumprir penitência?... </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- E quantos males fez Rodrigo ? Cuidas tu que a penitência foi pesada de mais ? </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- Se o povo assim o conta, lá pelas terras de Viseu, e se a cova ainda lá está e os velhos garantem que o ouviram aos seus avós e estes aos seus e assim até ao tempo dos mouros, talvez seja verdade. Bom, escreve, que vou ditar-te a penitência de Rodrigo tal como o cavaleiro a contou e eu apontei na cera. </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">Gil Peres pegou na sovela para não deixar fugir o pergaminho da estante e preparou-se para recomeçar a escrever. </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- Padre Gil... – interrompeu Mohamed. - O que foi agora, homem de Deus? </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- E Lataba? Porque é que Al-Razi não nos conta mais nada dela? Qual terá sido o seu destino? </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- Dizes bem – observou Gil Peres voltando a fechar o tinteiro para que a tinta não secasse – é verdade que o cronista nada mais nos conta dela. Penso que, se queremos ouvi-la, teremos de perguntar aos trovadores e aos jograis e não aos cronistas. Porque estes só nos contam o que conduz os povos ao seu destino e, nessa história, Lataba já teve o seu papel. São os trovadores que nos falam das coitas de amor e de saudade ou da alegria dos encontros dos amantes. Perguntemos aos trovadores que esta noite vêm jantar ao paço d’el rei D.Dinis de que fala Lataba, se da coita de amor por Rodrigo, que a não mereceu, se dos ledos encontros com Ricardo, que a esperou. </span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;"></span></div><div align="justify"><span style="color:#ffcc00;">- Nunca sabemos bem, não é verdade, Padre, o que vai no coração das mulheres? Mas devíamos, lá isso devíamos, porque por elas deixam os homens perder o seu reino.<br /></span><br /></div><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg59lY6BBmMDHP1sHYstD5FLv4Ch5ZTNAbJSuMP2GKALdyo6if4Qy7hTe7d85a763ERBBIk91DQcYwD2I0YlKyavCJy1RfGzdYOse4Yv2Yzg5ZP_FE5dir96P_t2iQO6CjqfzrQ8V0bQ30/s1600-h/Omar-2.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256378652524113538" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg59lY6BBmMDHP1sHYstD5FLv4Ch5ZTNAbJSuMP2GKALdyo6if4Qy7hTe7d85a763ERBBIk91DQcYwD2I0YlKyavCJy1RfGzdYOse4Yv2Yzg5ZP_FE5dir96P_t2iQO6CjqfzrQ8V0bQ30/s400/Omar-2.jpg" border="0" /></a><br /><span style="color:#ff0000;">A lenda do Rei Rodrigo, último rei dos Godos, começou a formar-se logo que os cristãos, refugiados nas Astúrias, iniciaram a Reconquista. A história foi-se transformando e evoluindo ao longo dos séculos. Tanto os cronistas árabes como os cristãos peninsulares contaram-na e cada um deu-lhe o seu próprio toque. No reinado de D.Dinis, rei que mandou traduzir para português quase todas as crónicas hispânicas de que teve conhecimento, ela andava contada também na de Mohamed Al-Razi, mais conhecido por Mouro Razis, cronista hispânico dos sécs. IX-X. D.Dinis encarregou a tradução da crónica ao clérigo Gil Peres e ao Mouro Mohamed. Tinham de fazer equipa porque o clérigo não sabia árabe e o mouro não sabia escrever bem português. Mas Gil Peres tinha alma de romancista e deu o seu próprio jeito à história de Rodrigo, inventando algumas coisas e dando a outras o toque necessário para interessar os leitores. Pela minha parte, confesso que também lhe dei uns toquezinhos aqui e ali, porque as necessidades do romance também mudam com os tempos. Foi pouca coisa. É quase tudo do Gil Peres. De qualquer modo, quem quiser lê-la no português do séc.XIV, é favor procurá-la no segundo volume da edição de Lindley Cintra da Crónica Geral de Espanha de 1344 (INCM).<br /></span><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE9N7D9XhTLklQ4KTv9MdqQV6Zv5vnznX8Tm9KhmsHmU1bLHEgAsHfhiN6fOpNIlvTl6wSRAb17JKnU1VnX7qJw4Yses1lC09zKF3UO3VPhGqvYGVRtG9pAYjd-Rq8OC6f6rCofd6QStc/s1600-h/Omar-1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5256378371995042370" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE9N7D9XhTLklQ4KTv9MdqQV6Zv5vnznX8Tm9KhmsHmU1bLHEgAsHfhiN6fOpNIlvTl6wSRAb17JKnU1VnX7qJw4Yses1lC09zKF3UO3VPhGqvYGVRtG9pAYjd-Rq8OC6f6rCofd6QStc/s400/Omar-1.jpg" border="0" /></a> <div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-72522449740820280732008-09-28T22:48:00.005+01:002008-09-28T22:54:20.247+01:00A CASA DE HÉRCULES. 5. A CONDESSA<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOddyt-qxqraSBRx5-0uYiTcGcXxa1v6zVq1_NY2BhSPmnTPKw0TE8bTrLQKZFmmzMn-z7dP2-CT3007uy-ChZe_1SDE3xyLE1HhHsQV1B6olnzyHyqbJbvbjv8nkMMEwnBninF3kvZ_M/s1600-h/5.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5251193037094989394" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjOddyt-qxqraSBRx5-0uYiTcGcXxa1v6zVq1_NY2BhSPmnTPKw0TE8bTrLQKZFmmzMn-z7dP2-CT3007uy-ChZe_1SDE3xyLE1HhHsQV1B6olnzyHyqbJbvbjv8nkMMEwnBninF3kvZ_M/s400/5.jpg" border="0" /></a> Lataba adormecera. Fazendo sinal às outras donzelas para que velassem o seu sono, a Condessa retirou-se silenciosamente para os seus aposentos. Escondeu o rosto nas mãos. A dor que sentia pela história que a filha lhe contara entre lágrimas tornava-se, no seu peito, numa espécie de novelo feito de raiva e pena que se desenrolava até à garganta.- Onde está Julião, meu marido? – perguntou às damas que a acompanhavam.- Senhora, chamou todos os de seu conselho e está reunido com eles. Pede-lhes ajuda para decidir o que fazer.A Condessa levantou-se, decidindo num momento participar naquele conselho. Em corte de homens não seria esperada a sua ida mas, sem pensar nisso mais do que um momento, a Condessa tirou o toucado florido que trazia e substituíu-o por outro, de veludo negro. </div><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnAu0WvqJJH_Fj4MqjH_EFwt-igUcnN50xL4chYE7gPQ-egxUyMrpViCEkQDoakNFFIU_AhXR-lTkflRz-l7sScvFoDqm7F2i8ZeKpCW18tKlpvIHitEC1aKO2rUXyb8elEzTWLmx77UI/s1600-h/4.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5251192967577867090" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgnAu0WvqJJH_Fj4MqjH_EFwt-igUcnN50xL4chYE7gPQ-egxUyMrpViCEkQDoakNFFIU_AhXR-lTkflRz-l7sScvFoDqm7F2i8ZeKpCW18tKlpvIHitEC1aKO2rUXyb8elEzTWLmx77UI/s400/4.jpg" border="0" /></a> Entrou na sala onde o Conde estava reunido com os seus vassalos. Encontrou-o de rosto desfeito, entre o silêncio total que se fizera depois de terem os vassalos escutado a verdadeira razão por que Lataba regressara a Ceuta. Vendo-a chegar, o Conde ergueu os olhos e perguntou-lhe:<br />- E pois, Senhora, porque vindes cá?<br />A Condessa deu dois passos em frente, colocou-se ao lado do marido e disse:<br />- Eu venho como a mais desaventurada mulher que nasceu em Ceuta, desonrada pelo maior traidor que o mundo conheceu! E, amigos, por Deus e por mesura, rogo-vos que me ouçais um pouco!<br />E todos os vassalos acenando com a cabeça, mostraram vontade de a ouvir. E disse ela:<br />- Amigos, a desonra pesa menos a quem tem modos de a cobrar! E por isso digo ao Conde D.Julião que tudo faça para cobrar esta desonra que nos foi feita! E se ele for homem de tal natureza que tenha em pouco este feito, eu digo chãmente que daí lhe virá muito mal, pois que logo me despedirei dele e direi a todos que não sou sua mulher, e ir-me-ei para Cospi, que é minha herdade, e para outros castelos que tenho, que foram do meu pai, e de lá lhe farei tal guerra que, antes de um ano, todos vós serão obrigados a fugir de Ceuta para não morrerem! Rogo-vos que não tomeis em pouco este assunto. E vede, Conde, quanto bem fez Deus a vossa filha, que tudo deitou a perder aquele traidor ! Porque ela era a mulher mais bela e de melhores dons que havia, e a mais filha d’algo que há em Ceuta até Marrocos. E mesmo que não tivesse todas estas qualidades e que fosse a pior do mundo! Senhor Conde, é vossa filha! Deveis doer-vos do seu mal que tanto lhe pesa como todos vimos que lhe pesava! E, amigos, não sei que mais vos diga senão que a dor que tenho desta filha, que assim vejo destruída, me fará morrer antes do meu dia!<br />E dizendo isto, um soluço lhe atravessou a garganta e a fez fraquejar e apoiar-se à cadeira do marido. Os vassalos baixaram os olhos e o Conde, amparando-a, disse-lhe:<br />- Senhora, quando aqui chamei estes bons cavaleiros não foi por outra coisa senão para lhes dizer isso mesmo que vós dissestes. E agora só lhes peço que me digam o que devo fazer, porque a dor que me atravessa o coração não me deixa ver com a razão o caminho a tomar.<br />Os vassalos olharam uns para os outros e não se decidiam a quebrar o silêncio. Foi então que se levantou Ricardo, que se despedira à varanda de Lataba quando ela partira para Toledo:<br />- Pois todos vós vos calais, quero eu falar, ainda que por minha juventude mo leveis a mal! Aqui juro eu a Deus e sobre minha lei que se eu fosse senhor poderoso e houvesse tal filha e ma desonrasse um homem a quem eu tanto serviço fizesse como havedes feito a Rodrigo, que não deixaria de cobrar dele justiça de tal modo que nunca o mundo o esqueceria! E se com ele quiserdes haver guerra, Senhor D. Julião, aqui me tendes para isso, com a lealdade que sempre vos tive e com duzentos cavaleiros filhos d’algo que farei trazer de Brapaquedo.<br />Dizendo ele isto, calou-se. Ergueu-se então um bom cavaleiro, homem de muita coragem e experiência de guerra, tido por todos como de bom aviso e comprovada sisudez. Chamava-se D.Simão e para ele se voltaram todas as cabeças:<br />- Senhor, Deus, que sabe todas as coisas, sabe bem que, desde que eu fui teu vassalo sempre te dei aquele melhor conselho que eu entendi. E bem te digo que nunca te vi em tempo que te mais mester fizesse bom conselho que agora. E por isso te digo que eu seria aleivoso se não te dissesse agora o que é de razão. Não me parece bem que vás contra el rei D.Rodrigo para lhe fazer guerra. E por estas razões. Primeiro, porque Rodrigo é teu senhor e juraste-lhe lealdade, apesar de não teres dele recebido a tua terra. Segundo, porque bem sabes como Deus o tem protegido em tudo o que faz e o tornou o homem mais poderoso de Espanha. E nós sabemos bem que até hoje nunca tu fizeste nada contra o direito, de que te possam acusar. E, se tu travares com ele guerra e o venceres, todos te desprezarão por teres destruído o teu Senhor e, se vores vencido, ninguém te lamentará, antes todos dirão que foi justiça de Deus, porque o desafiaste contra o direito. E, Senhor, o meu conselho é que não faças nada e que deixes isto nas mãos de Deus, que te dará a justiça que procuras. Porque, Senhor, quando o homem alguma coisa faz por que o possam censurarm, de todo o mundo deve ter medo. E não penses que te digo isto por meu bem ou por receio da guerra, que tu bem sabes como o meu braço empunhará a espada, se tu quiseres, enquanto o fôlego no corpo me durar!<br />Ainda as palavras de D.Simão não estavam terminadas e já se erguia a Condessa. As lágrimas tinham secado e os olhos faiscavam-lhe.<br />- Ouvi, D.Simão! Nunca Deus mande que vós sejais desonrado, porque, se o fôsseis, muito daríeis o conselho doutro modo! Mas Deus não permitirá que estes cavaleiros vos creiam. Ó homem bom ! E não haveis vergonha do que dissestes, que guardasse lealdade a um homem que tanta deslealdade lhe fez, sendo-lhe ele sempre tão leal e amigo ?! Ó varão! E não sabeis vós quanto afam e trabalho haveis tomado e quantas espadadas e setadas haveis levado para nunca el rei Rodrigo haver dano por estes lados? E digo-vos mais: que antes eu queria ser tão pobre de quanto no mundo houvesse e antes queria andar pelas ruas pedindo do que não fazer tudo para me vingar! Senhor D. Julião, por Deus e por mercê, se não quereis fazer a guerra, deixai que a farei eu, pois eu tenho tal confiança na Virgem Maria, pela qual eu troquei a fé em que nasci e deixei o meu pai e a minha mãe e os meus irmãos e a grande fortuna e todos os bens que eu tinha na minha terra, que ela não quererá que eu morra sem primeiro ver a morte daquele que tão vilmente escarneceu da minha boa filha, que era espelho de bondade e a que havia de maior valor sobre todas as mulheres dalém e daquém mar!<br />Parecia que a Condessa diria mais palavras mas a voz faltou-lhe com a dor e a indignação. Viram-na calar-se mas não fraquejar. De cabeça erguida e olhos secos, continuava em pé, no meio do conselho dos cavaleiros, e não recuou para dar a palavra a ninguém. Cortou o silêncio um cavaleiro de nome Henrique, primo da Condessa, e de muito preço junto do Conde:<br />- Senhor, ouvi tudo o que aqui foi dito e a mim parece que te devo dar conselho que seja em teu benefício. E o que eu vejo é que tu não poderás de nenhum modo fazer nada que nem Deus nem o mundo te censure porque não deves a Rodrigo vassalagem, pois que não foi dele que recebeste a tua terra. Mas ainda que lhe devesses lealdade como a senhor teu: direito terias de lhe fazer guerra, pois havia entre vós um acordo de entreajuda que ele quebrou quando assim fez a tua desonra. E ponhamos que, fazendo-lhe guerra, não o pudesses vencer. Enquanto estiveres em Ceuta nada te pode fazer. E tu tens aqui mais de dois mil cavaleiros que são forte hoste para enfrentar o rei da Espanha. E demais que ele não está prevenido contra ti e tu és senhor de todos os portos daquém e dalém mar de Ceuta e podes, se quiseres, fazer entrar em Espanha quem tu entenderes, de tal modo escondido que ninguém o perceberá. E esta é a tua força, que Rodrigo não poderá vencer! Por isso, prepara-te para a guerra, que eu mandarei avisar os reis mouros que estejam prestes.<br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUqMq108V4yxn-xXYLOSfE-uCYdzAnnSfIOe4rkIFVExDrP7hhzDwGs34L0fXuJlw3-Ha_w9uAotN3Ve0m_rS6yb_vm6Bx8abajnEBMJQm3IF8JQdO0PtJgQqhOLxb0dhpwodeow_JShY/s1600-h/3.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5251192899661751762" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiUqMq108V4yxn-xXYLOSfE-uCYdzAnnSfIOe4rkIFVExDrP7hhzDwGs34L0fXuJlw3-Ha_w9uAotN3Ve0m_rS6yb_vm6Bx8abajnEBMJQm3IF8JQdO0PtJgQqhOLxb0dhpwodeow_JShY/s400/3.jpg" border="0" /></a><br />E estas foram as notícias que receberam Muça, filho de Nocaide, e Miramolim e Tarique. E não passaram muitos dias sobre as areias de Ceuta a estarem prontas muitas galés, onde embarcaram escondidamente guerreiros mouros, que aportaram a Aljazira. E aí reuniu Tarique o seu exército e daí partiu para uma guerra feroz contra as terras de Espanha. E que vos direi da guerra, senão que a sua história é sempre a mesma em todas as partes e todos os tempos?<br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAyLcqH1CP7bJdFjCDvhaEzqZWed1hLzj6SmXd_Ir7VjPNPGAdeZ1EdJkeAszaWunx94beFmQf-1pCwWUdrKyqUt0PdduPIdup3nssaJ8OEyU966E7cJvolfGdMK6NhbGckoHn8KAlrd0/s1600-h/2.bmp"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5251192833448527442" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjAyLcqH1CP7bJdFjCDvhaEzqZWed1hLzj6SmXd_Ir7VjPNPGAdeZ1EdJkeAszaWunx94beFmQf-1pCwWUdrKyqUt0PdduPIdup3nssaJ8OEyU966E7cJvolfGdMK6NhbGckoHn8KAlrd0/s400/2.bmp" border="0" /></a><br />Quando Rodrigo teve notícias da queda das suas cidades do sul, aparelhou o seu exército e fez-se transportar à batalha. Ia em cima de um carro puxado por dois cavalos e feito de tal modo de marfim, ouro e prata e pedras preciosas que era maravilha nunca vista. E em cima do carro ia uma tenda e na tenda ia uma cadeira tão rica e trabalhada de pedras preciosas que nunca fora vista outra igual. E nessa cadeira ia Rodrigo, vestido e calçado de panos de ouro e pedras preciosas.<br />A Guadalete chegou o rei da Espanha. Ainda perguntava a si mesmo como fora que tudo aquilo acontecera mas sabia que não havia tempo de procurar respostas. Ao longe, os guerreiros mouros povoavam os montes, montados em cavalos de guerra, com seus arções, com as mãos nas lanças e nas espadas e nas béstas.<br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDH1g7QDMG8FCDxBfTNX26Q9oQFq9MqHOsremPPaN8Vq3b1VTPDNrlej4q1aSD3FIsgQS0n_s4si72l_J4qsk7oSNiMqkeACq09yNKIPij4e5DeStnPmMwlHfP432UD4dJG_0qEoTLHm8/s1600-h/1.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5251192713822330114" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgDH1g7QDMG8FCDxBfTNX26Q9oQFq9MqHOsremPPaN8Vq3b1VTPDNrlej4q1aSD3FIsgQS0n_s4si72l_J4qsk7oSNiMqkeACq09yNKIPij4e5DeStnPmMwlHfP432UD4dJG_0qEoTLHm8/s400/1.jpg" border="0" /></a><br /><span style="color:#ff0000;">(termina no próximo post...)</span><br /><div></div><br /></div></div></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-54198367553354105862008-09-14T23:42:00.005+01:002008-09-14T23:50:07.501+01:00A CASA DE HÉRCULES. 4. A CARTA.<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTnuvICwjgVrQq__aUD5DVulQh7tSAsckVY6B4ZH4EcwS2Z9d3AjdiO0TDDUr0tJgh_ywQdu_0MWLMZGi5PwGlRofX_eiWN4oAy464WLtWCycS1l5cMp-snobzfZuInKX7uIFTLaoKCfU/s1600-h/flor+azul.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246012585975036514" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjTnuvICwjgVrQq__aUD5DVulQh7tSAsckVY6B4ZH4EcwS2Z9d3AjdiO0TDDUr0tJgh_ywQdu_0MWLMZGi5PwGlRofX_eiWN4oAy464WLtWCycS1l5cMp-snobzfZuInKX7uIFTLaoKCfU/s400/flor+azul.jpg" border="0" /></a><br /><br /><br /><div align="justify">Todos sabem que, quando lhes falta o sol, as flores escurecem. Misteriosas são aquelas que perdem as cores sem que a ninguém seja dado ver o que lhes falta. Assim foi Lataba. Era a mesma e não era. Demudava-se-lhe a cor ou o brilho, não se poderia dizer. Calava-se quando as outras riam, escusava-se com um pálido sorriso quando lhe pediam que dançasse. Encostava o ombro à janela e ficava a mirar as águas do Tejo, que passavam. E tão grande pesar lhe crescia no coração que começou de perder sua formusura mui desmesuradamente.</div><br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB509K1X0xIz440lVetLpQ36xkeZhHvZPTVLmzF1DVDlfoEy3pKax5VmtOzLwUiJ66gvYKVDTbxyFhDjrS7-RAyr_lPQeUBhdHii0qO2ZwhDNnwjlxiKR1AkgLziqU3QHC10tWR4rZ9Xo/s1600-h/flo+murcha.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246012457176568738" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgB509K1X0xIz440lVetLpQ36xkeZhHvZPTVLmzF1DVDlfoEy3pKax5VmtOzLwUiJ66gvYKVDTbxyFhDjrS7-RAyr_lPQeUBhdHii0qO2ZwhDNnwjlxiKR1AkgLziqU3QHC10tWR4rZ9Xo/s400/flo+murcha.jpg" border="0" /></a><br /><div align="justify">Alquifa via-a assim e esperava o dia em que lhe dissesse as suas razões. Mas Lataba nada dizia porque muito se envergonhava do que lhe escurecia o coração e sabia que nada de bom depois daquilo lhe poderia vir. E disse-lhe Alquifa:<br />- Amiga, tu bem sabes que desde que eu nasci nunca fiz coisa que te não dissesse e de te falar sempre me veio consolo e ajuda. E o mesmo cuidava eu de ti e agora vejo que algum mal te atormenta e pesa-me que não mo queiras dizer. Se é coisa em que eu te possa aconselhar, peço-te que mo contes e ajudar-te-ei.<br />Então lhe contou Lataba tudo o que se passara com el rei Rodrigo. E disse-lhe a prudente Alquifa:<br />- Amiga, digo-te que se tal coisa me acontecesse, o melhor que eu faria seria contar tudo a um homem em quem confiasse e de tal maneira que eu soubesse que me defenderia.<br />Respondeu Lataba:<br />- Se aqueles que ouvissem o que se passou julgassem o caso tal como aconteceu, eu não hesitaria em contá-lo a meu pai. Mas eu sei bem que o meu pai é homem de bom siso e eu bem vejo que todos os homens sisudos julgam as mulheres por más e por isso não ouso mandar dizê-lo ao meu pai, porque tenho medo que não acredite na minha inocência e julgue que o fiz por malícia e me abandone.<br />E disse Alquifa:<br />- Não tem sentido isso que dizes, pois os homens julgam sempre como lhes dermos a julgar. E sabe por certo que, se nada fizeres e el rei continuar a demandar-te, não pode estar que não emprenhes e, depois depois que fores prenhe, não poderás mais esconder o que aconteceu. E a rainha, que te quer como a uma filha, se o souber difamar-te-á e aí, sim, serás a mais infeliz mulher que pode haver. Por isso, se te calares não poderás evitar que seja sabido, com grande dano e vergonha tua. Mas se o contares com sabedoria e a quem deves, nunca te poderão acusar de nada. O melhor que podes fazer é escrever ao teu pai uma tal carta que o faça julgar o caso como a ti convém.</div><div align="justify"> </div><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM30HPY2o3W-1naKqwpcgn2kUaDRO6N3jrKcImOCj_eJvmf34UfKjrYgKkR1n0FyTsKuufKCcR6zDHa0fd15OTAlyAl6oSwFeNa2P0t2d9bLKNDzJ1UnEJS2I-RyfMgaXKYzntwqUmqHU/s1600-h/Lataba.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246012116066041938" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiM30HPY2o3W-1naKqwpcgn2kUaDRO6N3jrKcImOCj_eJvmf34UfKjrYgKkR1n0FyTsKuufKCcR6zDHa0fd15OTAlyAl6oSwFeNa2P0t2d9bLKNDzJ1UnEJS2I-RyfMgaXKYzntwqUmqHU/s400/Lataba.JPG" border="0" /></a><br /><div align="justify">E assim sentaram-se ambas a escrever a carta, que uma ditava e a outra escrevia:<br />«Ó mui honrado e discreto, sisudo, prezado e temido senhor de Ceuta, Conde D. Julião, pai senhor, eu, Lataba, vossa desonrada filha, me mando encomendar a vós e beijar vossas mãos. A desonra da filha ofensa é do bom pai. Quero que saibais que vós, cuidando fazer vossa honra e meu bom futuro mandando-me para casa d’el rei D. Rodrigo, sucedeu o contrário, porque fizestes vossa desonra e minha grande perda, porque el rei Rodrigo, muito sem meu grado e contra minha vontade, deitou-se comigo. E por isso vos rogo, senhor, por Deus e por piedade, que me mandeis buscar, senão crede que eu me matarei com as minhas próprias mãos, pois eu antes queria cem vezes morrer do que viver mais um dia em casa d’el rei D.Rodrigo. Se quereis minha vida, mandai-me buscar para que veja ainda uma vez a minha mãe, senão despeço-me de vós.»<br />Entregue a carta a um escudeiro, com instruções para não parar no caminho até que chegasse a Ceuta, juntaram-se ambas às outras donzelas, fazendo por não dar sinais de nenhuma estranheza. </div><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeVjq2QI9MeoQSktzy7sJvURCdxPbCQp1FmM9Y-aopwbDyKt_hUMpae7HG7i54lpMoKltncQ4k2HhZks4qjRix8PPSH7BTFVJ1zaykNaD9ug2TCO7c6UrvSOOI2voGrPMkfo0zzuOs-Q8/s1600-h/carta.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246011834060525426" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeVjq2QI9MeoQSktzy7sJvURCdxPbCQp1FmM9Y-aopwbDyKt_hUMpae7HG7i54lpMoKltncQ4k2HhZks4qjRix8PPSH7BTFVJ1zaykNaD9ug2TCO7c6UrvSOOI2voGrPMkfo0zzuOs-Q8/s400/carta.jpg" border="0" /></a><br /><div>Quando Julião leu a carta da sua filha, o desgosto que sentiu foi tão grande que abalou aquele homem tão experimentado na guerra. Sem nada dizer a ninguém, mandou aparelhar uma galé e meteu-se ao mar. E andou tanto e com tão bons ventos que depressa chegou a Toledo. Ouvindo anúncio da sua chegada, Rodrigo, que o prezava como a nenhum outro cavaleiro, apressou-se a ir recebê-lo. E logo que fizeram as saudações que a tais grandes senhores pertenciam, perguntou-lhe:<br />- Pois D.Julião, que vos fez vir a Toledo tão inesperadamente? Algum mal porventura vos veio?<br />- Senhor – disse Julião – não queira Deus que a mim venha senão bem, enquanto vós fordes vivo, porque a vossa fortuna me dá tanto ânimo que nunca homem se cruzou comigo na guerra que o eu não vencesse. E, se vos apraz, contar-vos-ei como se passou a batalha que tive com Moluca, senhor de Calçom.<br />E Rodrigo disse que lhe prazia. E o Conde descreveu-lhe com que esforço, seu e de seus parentes e vassalos, conseguira mais uma vez suster o desejo dos mouros de se aproximarem do mar e como defendera o senhorio cristão de Ceuta. E como, chegado da batalha, fora achar muito doente a condessa sua esposa, e como lhe pesara tal coisa porque por aquela esposa era ele muito respeitado e temido em Ceuta, pelos parentes poderosos que ela tinha entre os mouros. E como ela lhe pedira que visse ao menos uma vez a sua filha, que muito amava, antes de morrer.<br />Ouvindo isto os vassalos que com o Conde vinham, e sabendo que era verdade a história da batalha mas não a da doença da esposa, cuidaram que fortes razões teria o Conde para levar embora a sua filha.<br />E disse-lhe Rodrigo:<br />- Por boa fé, D. Julião, muito me apraz de como vos haveis saído bem na batalha! E se vencestes Moluca, que é o mais forte, não há mouro nenhum de além-mar de que eu haja de temer-me. Mas o que dizeis da Condessa é coisa triste para mim, que a tenho por mui boa dona, a quem Deus logo dê saúde! Por ela vos entrego vossa filha mas tomai nota: não para que fique sempre convosco! Logo que sua mãe for curada, quero que ma envieis de novo, na companhia de todo o seu séquito como agora está, porque muita honra e alegria traz à minha casa.<br />O Conde hesitou por momentos, como se algumas palavras lhe quisessem romper os lábios mas ele as prendesse com uma corrente de ferro. Deu um passo em frente e olhando Rodrigo no olhos, disse-lhe apenas:<br />- Senhor, quando Deus quiser que ela venha, eu vo-la farei vir com tal companhia e séquito como nunca outra donzela entrou em Espanha!<br />E dito isto, recolheu à galé, onde lhe trouxeram a sua filha, com suas donzelas e servidores, e fizeram-se depressa ao mar.</div><br /><br /><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhan7dlWbIvgs8P4owe7Ff5Mo920hxhYfTiB7dDEzYvu4x-aQvLHoaAPRCog_1s189qyZsTdwRILQPPbE2bAZdFQO4931urVonQQmuRFxYmLiaLUNwquRihukRNfhZUfzAWetfArUP_RZs/s1600-h/partida+de+Lataba.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5246011282491837762" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhan7dlWbIvgs8P4owe7Ff5Mo920hxhYfTiB7dDEzYvu4x-aQvLHoaAPRCog_1s189qyZsTdwRILQPPbE2bAZdFQO4931urVonQQmuRFxYmLiaLUNwquRihukRNfhZUfzAWetfArUP_RZs/s400/partida+de+Lataba.JPG" border="0" /></a><span style="color:#ff0000;"> (continua...)<br /></span><br /><div></div></div></div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-78552415219466048592008-08-30T23:40:00.007+01:002008-08-31T20:39:40.837+01:00A CASA DE HÉRCULES. 3. Branco e preto, cristal e esmeralda<div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUaDqv95Sa2M8NRlXtfS8ZgYMPAnQEqzyNTqP2kjiyS4dU8_3SaWCS5VPHbSwMqLRwwv9MeyO2eA5CsLJbfsXnmLtKxwzDD7pMWDEbZxyoErfV3ws3ct2MfepgfpCTisD5pE8ix7GOgSo/s1600-h/5-lírio.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5240445436317107394" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUaDqv95Sa2M8NRlXtfS8ZgYMPAnQEqzyNTqP2kjiyS4dU8_3SaWCS5VPHbSwMqLRwwv9MeyO2eA5CsLJbfsXnmLtKxwzDD7pMWDEbZxyoErfV3ws3ct2MfepgfpCTisD5pE8ix7GOgSo/s400/5-l%C3%ADrio.jpg" border="0" /></a> «Dizem que os poetas cantam mais com a arte do que com verdade» pensou Rodrigo quando viu Lataba pela primeira vez «mas os que cantam a formusura desta donzela nunca a língua lhes chegou para a dizer».<br />Recebida na corte por Eylata, a menina de Ceuta encantou a rainha com os seus bons modos e todos quantos a conheciam louvavam o conde que tal filha trouxera a Toledo. Como uma flor que nunca perde as cores, Lataba fez suas amigas todas as filhas de algo que acompanhavam a esposa do rei. Nenhuma negava que em Lataba se via como num espelho e até os mais sisudos cavaleiros não escondiam os olhos quando lhes ficavam presos na alegria de Lataba, quando a viam entrar na sala ou dançando como uma pétala na brisa.<br />«Em boa hora a mandei vir», pensava Rodrigo...</div><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLSryTeMv67VJ6-_H2BZ0Fw114VnAoUK44WpA63yHFfdziYTKza0cltIbEDBz0ZwksOY5ebHLU3VWtMPDxiBzcGrPDGl2VRCr_JKp8tBZVkUYea1j6sWPH99YFq4w4IkDgcAfrB_aSJw8/s1600-h/4-espelho.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5240445359852449378" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiLSryTeMv67VJ6-_H2BZ0Fw114VnAoUK44WpA63yHFfdziYTKza0cltIbEDBz0ZwksOY5ebHLU3VWtMPDxiBzcGrPDGl2VRCr_JKp8tBZVkUYea1j6sWPH99YFq4w4IkDgcAfrB_aSJw8/s400/4-espelho.jpg" border="0" /></a><br />A história dos doze guardiões não esquecia ao rei, por isso não demorou muitos dias a anunciar aos seus cavaleiros a prometida visita. Junto da casa, o rei não evitou a surpresa quando avistou a obra de Hércules. Era tal qual lhe tinha sido contada e de mais maravilha ainda do que a boca dos guardadores pudera dizer.<br />- Senhor, aqui tens a tua chave – disse o mais velho dos doze, apontando a pequena porta carregada de cadeados.<br />Sem a tomar na mão, Rodrigo avançou, deixando entender que a sua disposição não era de fechar mas de abrir, para ver o que estava dentro. E todos lhe disseram que o não fizesse, pois não tinha que fazer o que os outros reis da Espanha não acharam bom que se fizesse. E disse Rodrigo:<br />- O lugar dos tesouros é no meu paço e aos encantamentos não receio, pois que não tenho que temer.<br />- Fá-lo por tua conta – disseram os cavaleiros -, sem o nosso conselho e só por tua vontade.<br />Mandou então trazer as chaves dos cadeados e abriu todos os que prendiam a porta. Depois que foi aberta, entrou, seguido dos principais do seu conselho. E a casa, que de fora era redonda, mostrou-se uma sala quadrada, iluminada por uma fresta pequena no tecto. E cada parede da quadra, toda feita de uma pedra só, era de sua cor. Uma era branca de neve, que mais branca não podia ser, e na frente dela a outra era negra como a coisa mais negra que pudesse ser; e outra parede era verde como a mais verde esmeralda poderia ser, e na frente dela a outra era de cristal, tão clara como o cristal poderia ser. Não havia em toda a sala mais nada senão um esteio no meio dela, da altura de um homem, e com uma porta assaz pequena. Sobre a porta, gravada em letras gregas a ouro, lia-se: «Esta é uma das maravilhas de Hércules». Aberta a porta, viu-se lá dentro uma casa e dentro da casa uma arca de prata e na arca lia-se: «O rei em cujo tempo esta arca for aberta não pode estar que não veja maravilhas antes que morra». E Rodrigo exclamou:<br />- Ah! Eu bem dizia. Aqui dentro está o que procuro e que tanto defendeu Hércules!<br />E então quebrou com a sua própria mão o cadeado que fechava a arca. Dentro da arca estava um véu branco fechado e muito bem encerrado por tábuas. De uma só vez, Rodrigo puxou-o, rasgando-o nos pregos que o detinham. Estendido o véu, viram nele pintadas figuras de cavaleiros árabes, montados em cavalos de guerra, com seus arções, com as mãos nas lanças e nas espadas e nas béstas. Por cima da pintura, lia-se: «Quando este pano for aberto, homens que andam assim armados conquistarão a Espanha e serão dela senhores».<br />Emudecido, Rodrigo deixou cair o pano. Mas vendo os olhares severos dos seus cavaleiros, levantou a cabeça e disse-lhes:<br />- Deus não quer que seja verdade o que aqui diz! E julgam vocês que eu não adivinhava que alguma coisa de fazer temor podia aqui estar? Agora está feito e não devemos pensar mais nisso. Quanto a este perigo, não temos que nos preocupar, que tenho meus cuidados bem tomados!<br />Fez prometer a todos os presentes que nada diriam do que haviam visto, mandou voltar a encerrar a casa e regressou ao paço.</div><br /><br /><div align="justify"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn2mX8kMa2unARzVRG2P_knB90TwTHIUx6yXix73Fa0bNsNdUytnKr1vjfbdrfHUo4udZ47QmgxecXhI0zflr5aKqQpJ5T0t1V307rEYa3l6itxOG8uZN-X9llRwMhetsauJFwrvUT_W0/s1600-h/3-verde.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5240445288805650082" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgn2mX8kMa2unARzVRG2P_knB90TwTHIUx6yXix73Fa0bNsNdUytnKr1vjfbdrfHUo4udZ47QmgxecXhI0zflr5aKqQpJ5T0t1V307rEYa3l6itxOG8uZN-X9llRwMhetsauJFwrvUT_W0/s400/3-verde.JPG" border="0" /></a><br />Para esquecer as preocupações, dispensou Rodrigo os cavaleiros e foi-se a passear nos jardins do palácio. Ao longe ouviu risos e vozes que cantarolavam. Curioso, aproximou-se. As donzelas da rainha haviam tomado um momento de lazer. Junto a uma fonte, brincavam com a água e tinham tirado os toucados. No meio delas, Lataba era a mais bonita. Rodrigo ficou parado, escondido atrás das sebes, com os olhos presos nela. E eis que, nas danças da brincadeira, o vestido lhe voou e Rodrigo lhe viu o travadoiro da perna. E era tão branco e bem feito que não podia haver outro tornozelo mais belo no mundo!... E logo que a assim viu, começou de lhe querer mui grande bem.<br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSf24GhyEtXE-RzTR32o2PoTABksawRXBEOwKWGddHVfSoCINPGDlgLGQ_vm98PL9y_eibpCsFpzsk3B7ls1AQw65_fy7uRW8b8YP9PSmwSMiFWxgI3NBCLPpcJSz8LZhqyVbEncvpKIM/s1600-h/2-tornozelo.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5240445204526287202" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhSf24GhyEtXE-RzTR32o2PoTABksawRXBEOwKWGddHVfSoCINPGDlgLGQ_vm98PL9y_eibpCsFpzsk3B7ls1AQw65_fy7uRW8b8YP9PSmwSMiFWxgI3NBCLPpcJSz8LZhqyVbEncvpKIM/s400/2-tornozelo.JPG" border="0" /></a><br />Desde esse dia, Rodrigo não mais pensou noutra coisa senão na brancura do tornozelo de Lataba. De tal maneira que um dia ousou segredar-lhe ao ouvido promessas e desafios. Espantada, ela defendeu-se com boas palavras, escusando-se a querer ouvir tais coisas. Mas depois percebeu que ele não iria desistir porque insistia em cada corredor ou salão em que a encontrava.<br />Logo que de manhã descia à sala da rainha, cruzava-se com Rodrigo que saía. Se de tarde fazia um passeio com a sua amiga Alquifa, Rodrigo estava por onde ela havia de passar. Se ao serão era obrigatório dançar, Rodrigo havia de primeiro a convidar para a roda. E de todas essas vezes a olhava com olhares intensos e lhe dizia palavras estranhas que mais ninguém ouvia.<br />Tanto a perseguiu, que a defesa que ela de si fazia uma noite não lhe prestou e houve-se de vencer, porque era mulher...<br /><br /><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjznfPpVoqksYiOoJPmoZbOOkNOfFXZnG4ULrHfORUKq4mKmE1MPep6cTRkSyCS5eHxNZHp4JJdYVJv3o8AIMFd43kIgL2bu0E7ZU142wHyjCiYQiAfNO9hlRutQMOcTVC9dTWPOaX19Hw/s1600-h/1-violação.JPG"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5240445128295355042" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjznfPpVoqksYiOoJPmoZbOOkNOfFXZnG4ULrHfORUKq4mKmE1MPep6cTRkSyCS5eHxNZHp4JJdYVJv3o8AIMFd43kIgL2bu0E7ZU142wHyjCiYQiAfNO9hlRutQMOcTVC9dTWPOaX19Hw/s400/1-viola%C3%A7%C3%A3o.JPG" border="0" /></a><br /><span style="color:#ffccff;">- Porque era mulher ? ! – exlamou Mohamed, levantando-se do banco – Que quereis dizer com isso, Padre Gil ?<br />Gil Peres levantou-se igualmente. Precisava de esticar as pernas. Afinal, ele e Mohamed estavam ali, de volta das tabuinhas de cera desde que nascera o sol e já iam sendo horas de almoçar.<br />- Não sei bem, se quereis que vos diga, amigo Mohamed. Teria Lataba sucumbido à força de Rodrigo, que a violou? Sabeis que mulher nenhuma resiste ao braço mais forte de um homem... Ou teria ela sucumbido à paixão, como quase sempre sucede às mulheres às quais os homens sabem dizer as palavras certas?<br />Mohamed fez um gesto de impaciência, enquanto acabava de esticar uma folha de pergaminho sobre a estante:<br />- Mas afinal que sabeis vós disso? Não sois clérigo ? Que sabeis vós da paixão das mulheres?<br />- Ah, caro Mohamed ! – disse Gil Peres, pousando o estilete – não vos enfadeis, nem julgueis facilmente as sabedorias alheias... conheço o coração das mulheres. E o dos homens também. Foi por isso que vos pedi paciência para esta nossa missão.<br />- É bem certo, Padre, que quando el rei D. Dinis me mandou que convosco trasladasse a crónica do grande Al-Razi, não encontrei lá muito do que vejo que aqui escrevestes e digo-vos que me parece mui mal mudar assim a história do cronista.<br />- A história não mudou nada, amigo. Só lhe fiz crescer umas coisas para melhor dar que pensar a quem a ler. Bem vedes: o que eles não vão ter de pensar para entender este “porque era mulher”!...<br /></span><br /><div><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Nc3PWKYjgZgaXNGIKObS3m0q3E_lvgFEmWBj38LUsoOBW4Knk2qrzBNnVDfiDwXw5iQhJYRF69KNXSKho73K9doI17BSjgvts79ZTrRKgHQWc7IziboAzPvlncJNpCN2Mon_mK9Mbsg/s1600-h/0-codex.jpg"><img id="BLOGGER_PHOTO_ID_5240445059383665506" style="DISPLAY: block; MARGIN: 0px auto 10px; CURSOR: hand; TEXT-ALIGN: center" alt="" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_Nc3PWKYjgZgaXNGIKObS3m0q3E_lvgFEmWBj38LUsoOBW4Knk2qrzBNnVDfiDwXw5iQhJYRF69KNXSKho73K9doI17BSjgvts79ZTrRKgHQWc7IziboAzPvlncJNpCN2Mon_mK9Mbsg/s400/0-codex.jpg" border="0" /></a><br />(continua...)<br /><br /><div></div></div><br /></div>Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-6294663225786498933.post-30621517707538056522008-08-17T22:00:00.004+01:002008-08-17T22:12:51.238+01:00Pedimos desculpa pela interrupção...Convencida de que a publicidade neste caso não seria enganosa,<br /><br />convencida - sim ! - de que seria possível vir de férias trazendo o Rodrigo debaixo do braço só porque tinha expendido 50 euros numa daquelas plaquinhas que dizem que nos põem a navegar na net num instante mesmo que estejamos no meio do Saara,<br /><br />confesso a minha ingenuidade pela confiança nos anúncios da TV.<br /><br />É mentira! Aquela coisa não nos liga à net sempre que queremos e como queremos! Deixo o conselho: não comprem aquelas placas qualquer que seja o dono da loja que as vende.<br /><br />Escrevo esta mensagem num momento de Wi-Fi proporcionado pelo presidente do oásis do meu Saara.<br /><br />Agradeço todos os comentários ao último post (sobretudo os da Maria Papoila e do Gonçalinho). Vou ter de fazer uma interrupção na história do Rodrigo mas prometo os restantes episódios logo que regresse à civilização.<br /><br />Boas férias !Emma Larboshttp://www.blogger.com/profile/17578977527226254557noreply@blogger.com