Flor de anis. Grão de café. Casca de canela. Raíz de gengibre. Damasco e chocolate. Limão, rosa e flor-de-laranjeira.
O Arnaldo aspirava longamente os aromas pensando que um dia ainda haveria de inventar um modo de os liquefazer para transportá-los sempre, guardados em frasquinhos de vidro.
Aos serões, Arnaldo de Vilanova discutia filosofia mística com o seu compatriota Raimundo Lúlio mas durante o dia dedicava-se à prática da medicina, tal como ela se fazia lá pelos anos 70 e 80 do 13º século. Antes de regressar à sua pátria aragonesa, estudou numa das mais famosas escolas de medicina da época, a de Montpellier. Também teve os seus sonhos de espiritualismo visionário porque também passou uns quantos serões com o famoso Joaquín de Fiore. Acabou até por ter alguns problemas com umas teorias demasiado excêntricas e, em 1299, chegou a ser preso em Paris por uns doutores da Sorbonne de vistas estreitas. Mas safou-se.
Um dia descobriu como poderia trazer sempre consigo os aromas preferidos e como poderia extrair das ervas curativas as suas propriedades. Fez os primeiros ensaios de destilação do álcool. Em 1311, naufragou junto a Génova, deixando-nos um legado inestimável: os licores.
Apurado o processo de fabrico, hoje temo-los para todos os gostos, alguns em frasquinhos tão bonitos que deixariam o Arnaldo encantado.
O mais português de todos:
O enganador Hpnotic: de aspecto leve e jovem, esconde uma bomba de vodka, cognac e frutas tropicais.
o adulto e requintado: nada como o café.
O barroco, feito com limões corsos:
O majestoso Chambord: o preferido de Luís XIV:
O muito antigo anisado: