sábado, 7 de junho de 2008

Esperar agarrada ao chão


Muito alto para subir...
Firmo-me nas raízes tenras e deito os olhos lá para cima.
Que bem me ficavam as folhas lá no alto, onde dá o vento ao fim da tarde!
Levanto os ramos, à espera do sol.
Não pode demorar, que eu já fiz a minha parte.

Um dedo aqui, outro ali.
Já se respira melhor.
Estica-se o olhar ao longe.
Parece mais fácil chegar.
Pé ante pé, lanço as pernas pelo mapa dos muros.
Apetece tirar as raízes da terra e atirá-las para cima.


Talvez consiga voar...
Ou talvez passe um corvo feio e me leve para fazer o ninho!
É melhor ficar agarrada ao chão.
Ah, lá está! O meu lugarzinho ao sol!