quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Play it (again), Sam!

Algumas imagens, algumas músicas, algumas histórias, algumas palavras, ganham um lugar na nossa memória só possível porque não nos cansamos delas. Vamos buscá-las muitas vezes para cantar, olhar de novo, repetir e representar. Há aqueles momentos de decisivas separações que nos doem menos porque entramos no papel da rapariga a braços com ideais que se despede num aeroporto cinzento de uma noite enevoada. A kiss is just a Kiss... nada de mais.

O seu rosto acompanha-nos
os sorrisos.
Ainda não é Outono nem hora de dedilhar sonatas ao piano.
O seu rosto acompanha-nos os momentos de fogueira, de nos lançarmos às chamas como Joanas convictas.

Temo-la tão nossa que não queremos saber de onde veio.
Sobre o que sofreu ou não, o que amou ou foi desamada nunca saberemos verdades. Era uma mulher forte. Das que sofrem sem alarido. Das que regressam
depois dos prantos privados. Das que se levantam sozinhas. Das que sorriem de novo, olham-nos de olhos enxutos e pousam a mão no ombro do pianista:
Play it again, Sam!